
A intenção de Temer com a proposta de reforma da Previdência Social fica cada vez mais clara para o povo brasileiro. Indicado para comandar a Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano atende a outros interesses.
Além de arquitetar uma reforma que retira direitos, o secretário também ocupa o cargo de conselheiro da Brasilprev Seguros e Previdência, do Banco do Brasil, uma das maiores empresas de venda de previdência complementar do país.
Basta analisar a agenda do secretário, disponível no site do Ministério da Fazenda. Nesta quinta (2), por exemplo, Marcelo Caetano participou de uma reunião do Conselho de Administração da Brasilprev, em São Paulo.
Há mais registros de encontros e compromissos com representantes de fundos privados e instituições financeiras, inclusive com encontros com a própria Brasilprev, do que com representantes dos trabalhadores, afetados direitos pela mudanças pretendidas no regime de aposentadorias.
Como se não bastasse, em 19 de janeiro, o secretário recebeu investidores em reunião organizada pelo Bradesco BBI. No dia anterior, o encontro foi com o diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Luís Ricardo Marcondes Martins. Em 12 de janeiro, Marcelo conversou com representantes das empresas de consultoria norte-americanas, J.P. Morgan e Wellington Capital Management.
O objetivo do governo, afinal, é alavancar os lucros dos bancos com a venda de títulos dos fundos de previdência privada, empurrando os trabalhadores para essas instituições. Apenas com o anúncio da reforma, entre janeiro e outubro de 2016, os fundos de previdência privada tiveram o lucro impulsionado, chegando ao montante de mais de R$ 42 bilhões.
O economista foi denunciado, na última quinta-feira (23), na Comissão de Ética Pública da Presidência da República por conflito de interesses.
Reforma da Previdência retira direitos
Quase metade da população brasileira é atendida pela Previdência Social. São 110 milhões de pessoas que terão seus direitos sociais demolidos, além de colocar em risco a manutenção das empresas estatais como públicas.
A proposta, além de estabelecer a idade mínima de 65 anos para acessar a aposentadoria, prevê que o trabalhador brasileiro deverá contribuir por 49 anos para receber aposentadoria integral.
A proposta de reforma da previdência de Temer ainda estipula que, os anos de contribuição aumentam conforme o crescimento da expectativa de vida da população.
Trabalhadores continuam na resistência. Dia 8 de março tem manifestação na Esplanada
A resistência dos trabalhadores contra a reforma da Previdência aumenta a cada dia. Já foram realizadas plenárias organizativas, atos e audiências públicas. Milhares de entidades associativas já se posicionaram contrárias à reforma proposta, e a pressão sobre os congressistas é grande.
A Central Única dos Trabalhadores e o Sindicato dos Bancários de Brasília estão na luta contra a reforma e conclamam os trabalhadores a participarem de manifestação no dia 8 de março, às 17h, no Museu da República, na Esplanada dos Ministérios.
Da Redação
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