Manifestações visam pressionar Federação das Financeiras a mudar a postura na Campanha Nacional 2016
O Sindicato participa do Dia Nacional de Luta dos financiários que acontece nesta segunda-feira (22). O objetivo da atividade, que foi aprovada pelo Comando Nacional, é pressionar a Federação das Financeiras a mudar a postura apresentada nas negociações da Campanha Nacional 2016.
No último dia 2 de agosto, a bancada patronal apresentou a proposta de reajuste de 7,86% para as cláusulas econômicas (correspondente a 80% do INPC de 9,83%, referente a junho/2016). O índice, muito aquém da reivindicação dos financiários, de reposição da inflação, mais 5% de aumento de real, foi rejeitado, pelos representantes dos trabalhadores, na própria mesa de negociação.
“É preciso que os patrões assumam o compromisso com o aumento do emprego e com melhorias para a classe trabalhadora. Mas, com este índice apresentado, a Fenacrefi faz justamente o contrário”, analisa o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo.
Segundo a diretora da Fetec-CUT/CN Talita Régia, o Dia Nacional de Luta tem como objetivos principais ratificar as reivindicações da categoria e protestar contra o índice oferecido pelas financeiras. “Vamos lutar para garantir melhorias nas condições de trabalho, além de combater as metas abusivas e o assédio moral. Não aceitaremos nenhum direito a menos.”
Para a diretora da Fetec-CUT/CN e funcionária da BV Financeira Larissa Ribeiro, a campanha não se resume apenas no aumento salarial. “É claro que iremos recusar o que foi oferecido. Queremos pelo menos a reposição das perdas inflacionárias relativas ao último ano.”
Antecipação salarial já
Os financiários reivindicam a antecipação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor(INPC), de 9,83%, para repor as perdas entre junho de 2015 e maio de 2016 e recompor o poder de compra da categoria.
Isso se justifica pelo histórico das negociações. Todo o ano a categoria sofre por não participar da campanha unificada e pela demora na apresentação do índice de reajuste salarial.
“A Fenacrefi sempre espera os números apresentados pela Fenaban aos bancários. Como normalmente a Campanha Nacional dos Bancários só acaba depois do final de setembro, a
demora acarreta perdas para os financiários. Cobramos que o acordo seja
abrangente no país inteiro.”
Os dirigentes sindicais também entendem a reposição das perdas, que deveria estar prevista em lei, como mais um dos itens da pauta de negociação. “Além de resolver as questões trabalhistas, também discutimos itens como distribuição de renda e crescimento da economia,
entre outros.”
Crise econômica não é desculpa
Na hora de negociar com a classe trabalhadora, a crise econômica é a grande desculpa do sistema financeiro para não conceder aumento salarial, ampliar as demissões e aumentar as taxas de juros cobradas pelos serviços prestados.
Forjada por parte da elite brasileira, esta crise é mais política do que econômica e, mais que tudo, acaba contribuindo para o crescimento da receita das grandes financeiras mesmo em um cenário de queda livre na concessão de financiamentos.
Nos últimos 12 meses, enquanto o crédito acumulou retração de 4,4% a margem nas operações aumentou 4,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Foi justamente o avanço da margem com clientes, composta por receitas financeiras com crédito deduzidos do custo de captação de recursos, que ajudou a evitar uma queda ainda maior no lucro das financeiras (veja quadro abaixo).
Os juros também continuam a subir por conta do aumento do risco para emprestar, da alta taxa de inadimplência e da baixa competição entre os bancos.
Isso diminui a necessidade de as financeiras captarem recursos a qualquer preço para emprestar e reduz seus custos de captação, o que também ajudou a
elevar os spreads.
Veja o lucro líquido de 2015 de algumas financeiras
Da Redação com informações da Contraf-CUT
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