As recentes decisões tomadas por grandes bancos privados, como Bradesco e Itaú, têm gerado apreensão entre trabalhadores e clientes em todo o país.
O encerramento de agências físicas e a demissão em massa de funcionários não apenas indicam uma profunda reestruturação no setor bancário, mas também levantam preocupações sociais sérias.
Segundo as instituições, a modernização digital tornou muitos dos pontos de atendimento presenciais dispensáveis. No entanto, sindicatos e clientes atingidos por essas mudanças veem nesse movimento uma ameaça ao emprego e ao acesso universal aos serviços bancários.
O Bradesco, em particular, acelerou o fechamento de suas agências, muitas delas localizadas em cidades onde era o único banco com estrutura física, de acordo com levantamentos de entidades sindicais.
Junto a isso, veio uma onda de demissões: milhares de funcionários foram desligados apenas nos primeiros meses de 2025, sem garantias reais de remanejamento para outras funções dentro do banco.
O Itaú seguiu caminho semelhante, encerrando diversas unidades em grandes centros urbanos.
Em ambos os casos, os cortes foram justificados pela queda no número de atendimentos presenciais, supostamente substituídos pela forte adesão aos canais digitais.
Sindicatos que representam os bancários afirmam que a digitalização está sendo usada como pretexto para enxugar custos às custas de trabalhadores e clientes mais vulneráveis.
Para essas entidades, o processo em curso não pode ser chamado de modernização, já que deixa para trás quem não consegue acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas.
Idosos, pessoas com deficiência, moradores de zonas rurais e cidadãos com pouco ou nenhum acesso à internet estão entre os mais prejudicados. Em muitas localidades, o fechamento da agência mais próxima significa enfrentar longas distâncias para realizar operações básicas.
O que dizem Bradesco, Itaú e outros bancos?
Na defesa de suas estratégias, Bradesco, Itaú e outros bancos apontam que a maioria das transações hoje é feita por meio de aplicativos e internet banking.
O avanço do Pix, por exemplo, contribuiu para essa transição acelerada, tornando pagamentos e transferências mais ágeis e acessíveis para grande parte da população.
Para as instituições, manter estruturas físicas com baixa movimentação se tornou financeiramente inviável.
Ainda assim, a velocidade com que essas transformações estão ocorrendo tem deixado uma parte significativa da população sem alternativas viáveis.
A digitalização é uma realidade inevitável, mas a falta de políticas de inclusão e suporte à transição tem ampliado o sentimento de abandono entre clientes e trabalhadores.
Fonte: Tribuna de Minas
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados
Feito por Avalue Sistemas