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23 de Fevereiro de 2018 às 11:25

FGV premia estudo sobre mulheres quilombolas de Patos de Minas

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Um estudo fruto de parceria entre a UFU/Patos de Minas, a Associação dos Remanescentes do Quilombo de Teodoro, Oliveira e Ventura (ARQTOV) e a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV) rendeu o prêmio de melhor Projeto de Conexão Local do ano, promovido pela fundação.

A premiação do projeto “A mulher negra como protetora da identidade quilombola” aconteceu no dia 10 de novembro na Escola de Administração da FGV, em São Paulo. O Projeto Conexão Local visa estimular o envolvimento de estudantes de graduação da fundação com experiências inovadoras de gestão social e de desenvolvimento econômico local, com foco nas áreas de políticas públicas, combate à pobreza e promoção da cidadania.

A equipe de pesquisa contou com as estudantes de graduação em Administração Pública Aline Fernandes e Marcela Garcia com a supervisão da doutoranda Aline Barbosa, todas da FGV/SP. Por parte da UFU, o professor Peterson Gandolfi foi o responsável pelo apoio e implementação do trabalho.

O estudo se desenvolveu de março a novembro de 2017 e o trabalho de campo aconteceu em Patos de Minas durante o mês de julho. O objetivo foi compreender as diferentes formas pelas quais a mulher negra protege a identidade quilombola.

Foram realizadas entrevistas com roteiro não estruturado com treze mulheres inseridas no movimento identitário quilombola da cidade. Também foram realizados análise documental, levantamento bibliográfico e observação em espaços de manifestação cultural, como o terreiro de umbanda e treino de capoeira.

O estudo identificou cinco faces essenciais de proteção da identidade quilombola por parte dessas mulheres: matriz religiosa; empreendedorismo; educação - tanto no âmbito formal como familiar e político; resgate histórico e memória; cultura.

Conforme o trabalho, essas faces se materializam pelo contexto observado em campo e a partir da narrativa das entrevistadas que se colocam como agentes da ação social e histórica. Permeia-se nas narrativas dessas mulheres, revela a pesquisa, uma série de privações - de capital econômico, social, cultural, e principalmente simbólico e do habitus - que determinam a posição das mesmas na sociedade e as colocam subjugadas à abusos sexuais, físicos e de exclusão do mercado de trabalho, derivado principalmente de um racismo estrutural e de heranças que reduzem estas mulheres à seus corpos, com o “mito da mulata” e a hiperssexualização da mulher negra - e também da associação das mesmas a trabalhos domésticos.

Fonte: Universidade Federal de Uberlândia

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