Com o apoio do Sindicato e da Fetec-CUT/CN, foi realizado na manhã desta quinta-feira (11), mais uma mobilização dos aprovados no Concurso da Caixa de 2024, em frente à sede da Matriz da instituição. A participação dos concursados foi bastante expressiva; eles viram, bem em frente ao prédio, um banner com os nomes dos mais de 4 mil aprovados no concurso que não foram incluídos no Cadastro de Reserva.

A conselheira de Administração eleita da Caixa, Fabiana Uehara destacou o motivo de seu apoio aos aprovados no concurso. “É justo poder ter a sua classificação de volta e, se for o caso, a Caixa poder contratá-los. Para a Caixa fazer um melhor serviço para a população, ela precisa de gente, não é só digital.” Ela afirmou ainda que “o equívoco da Caixa ao 'esquecer' os 4.000 aprovados no concurso também deixou de lado as PCDs”, lembrando que um dos principais papéis da Caixa é diminuir a desigualdade no país.

Guilherme Simões, diretor do Sindicato, reafirmou a importância do papel da Caixa como “a principal instituição para financiamento público, Bolsa Família, saneamento, programa Minha Casa, Minha Vida”. Destacou: “A quem interessa a contratação dos 4 mil? À população brasileira e aos empregados da Caixa.” Guilherme ressaltou ainda que essa política faz parte da lógica neoliberal que vem sendo implantada na Caixa, a qual reduz o atendimento ao público e prioriza a busca de lucros e o atendimento para empresários.

Wandeir Severo, secretário de Formação do Sindicato, coordenou a manifestação. Ele ressaltou que “a Caixa, ao não incluir os aprovados no cadastro de reserva, cortou sem um critério lógico que justificasse a retirada de milhares de candidatos devidamente aprovados no concurso”. Lembrou ainda que esse erro administrativo fez com que os gestores colocassem no Edital de 2024 “um cadastro de reserva muito abaixo do número de vagas disponíveis na Caixa”. Severo destacou sua confiança no movimento ao afirmar que “estamos com esperança da efetiva inclusão dos aprovados no cadastro de reserva”.

Marcos Rodrigo Siqueira, em nome da comissão dos aprovados no concurso de 2024, reafirmou que “a expectativa é muito grande para uma solução”. Disse que “não se trata de um conflito, mas de um desafio para mostrar aos gestores da Caixa que o Edital de 2024, diferente do Edital de 2025, estava errado”. Os aprovados deixaram evidente a disposição e o interesse em integrar o corpo funcional da Caixa. “Falamos de pessoas que passaram na segunda, terceira ou quarta colocação no concurso”, disse Siqueira, que lembrou que os aprovados não são um problema - ao contrário, sempre demonstraram vontade e capacidade técnica para trabalhar na instituição. “Estamos mais perto do que longe. A chegada do MPF traz esperança de uma solução”, garantiu o representante dos aprovados.

Outro aprovado no concurso, Alberto Loiola, de Parnaíba (PI), agradeceu o apoio do Sindicato e lembrou que “não há reprovados, são 4 mil aprovados, eliminados pela Caixa ao não serem incluídos no cadastro de reserva”.

“É preciso que os aprovados sejam tratados como pessoas, não apenas números”, disse Beth Carvalho, diretora do Sindicato. Ela lembrou que são famílias, pessoas que se dedicaram e precisam ser tratadas com o devido respeito pela Caixa.

Josibel Rocha Soares, representante do Coletivo Caixa Preta, movimento criado entre os funcionários da Caixa há dois anos, lembrou que vários parlamentares se dispuseram a intermediar a negociação com a direção da Caixa. Destacou ainda que 28% dos funcionários da Caixa são negros e que 600 empregados integram o coletivo, que manifestou total apoio aos aprovados no concurso de 2024.

“São muitas as mulheres que passaram no concurso, o que é muito importante para o fortalecimento da Caixa”, afirmou Elis Regina, secretária de Mulheres da Fetec-CUT/CN. “Todos perdem com a atual postura da direção da Caixa.”

O secretário de Finanças do Sindicato e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Antonio Abdan, lembrou que errar é inerente ao ser humano, mas o primeiro passo é reconhecer o erro, o que a Caixa não fez em relação ao concurso de 2024. “Não há nada que impeça a retificação do edital de 2024”, garantiu. “A audiência com o MPF dará a oportunidade de a Caixa reconhecer e retificar seu erro, garantindo justiça aos aprovados e o fortalecimento da instituição.”

O dirigente sindical Cristiano Severo, funcionário do BRB, lembrou que o Banco de Brasília enfrenta situação semelhante e que o Sindicato, tanto no BRB quanto na Caixa, seguirá apoiando os aprovados nos concursos, pois as instituições precisam de pessoal para cumprir sua missão.

Erika Kokay reafirma apoio aos aprovados

A deputada Érika Kokay (PT-DF), empregada aposentada da Caixa, tem sido uma parceira constante dos aprovados no concurso. Reafirmou que se trata de “uma luta fundamental para que a Caixa corrija a injustiça cometida”. “São 4 mil pessoas que se dedicaram e passaram no concurso”, mas que, por um erro da gestão, foram deixadas de fora do cadastro de reserva, mesmo havendo a necessidade imediata de contratação.

A Caixa tem sofrido inúmeros ataques em relação à sua política como banco público voltado a atender os mais pobres. “A nossa luta evitou a divisão da Caixa”, disse, lembrando as batalhas travadas no parlamento, pela categoria e pela sociedade, em defesa da instituição. “Se é bom pra Caixa, é bom para o Brasil”, afirmou.

O encerramento da mobilização foi feito pelo presidente da Fetec-CUT/CNT, Rodrigo Britto, que destacou a importância da união da categoria e da sociedade. “A luta busca compartilhar as conquistas”, lembrou, reforçando que as lutas sempre devem servir aos interesses coletivos. “A busca pelo sonho, coletivamente, o transforma em realidade”, garantiu.

Nova audiência no MPF

“A expectativa é que os representantes da direção da Caixa, na reunião de segunda-feira (15) com o MPF, o Sindicato e os aprovados, entendam as necessidades da instituição e assegurem o direito dos aprovados no concurso. A luta é conquistar um Termo de Ajustamento de Conduta na reunião”, adiantou.

Pedro César Batista
Colaboração para o Sindicato