O ex-diretor de Tecnologia do BRB Ari Alves Moreira e o ex-diretor do Cartão BRB Rildo Ramalho Pinto foram demitidos por justa causa como conclusão de processo administrativo , encaminhado conjuntamente entre a Corregedoria do Governo do Distrito Federal e o banco. O processo foi decorrente dos desdobramentos do que foi apurado pela operação Aquarela, desencadeada pela Polícia, Ministério Público e Justiça de Brasília. Na ocasião, desvendou-se uma série de irregularidades em contratos feitos pelo BRB, especialmente com a Associação Nacional de Bancos (Asbace), e também na área de informática, operações que envolviam uma triangulação entre BRB, Asbace e Cartão BRB.
O Sindicato considera correta a decisão, porém alerta que somente a demissão é premiar estes ex-administradores, e cobra o aprofundamento das investigações e que os valores subtraídos do BRB sejam integralmente devolvidos pelos responsáveis por estas irregularidades. O Sindicato lembra ainda que tais desmandos foram insistentemente denunciados pela entidade, inclusive junto ao Ministério Público.
O Sindicato estranha ainda que, a estrutura montada na informática do BRB que visou subtrair recursos deste, e disseminada para outros setores do banco, ainda não foi desmontada, permanecendo ainda contratos com empresas envolvidas naquelas irregularidades, e também gestores que estiveram diretamente ligados a gestão daqueles contratos.
Passados mais de 15 meses da posse do governador Arruda (DEM), e um ano da prisão dos ex-admi-nistradores agora demitidos, é de se estranhar a demora em sanear de vez esta área tão vital para o BRB, a informática, cujo funcionamento continua a não atender a demanda de uma melhoria necessária ao bom andamento dos serviços do BRB, gerando uma sobrecarga substancial dos funcionários das agências e uma insatisfação generalizada da clientela, o que não contribui para melhorar a imagem e o espaço do banco, seja qual for seu futuro.
A operação Aquarela tem ainda que desvendar algumas coisas nebulosas que envolvem o BRB. Exemplo claro disso é a venda do lote localizado próximo ao Park Shopping, que foi de propriedade da Regius. O terreno vendido para uma empresa do ex-deputado Vigão, e posteriormente a uma empresa do empresário Neném Constantino (dono da GOL Linhas Aéreas), com um lucro de mais de 100% para Vigão. Esta operação envolveu o desconto na boca do caixa do BRB de um cheque de Neném no valor de R$ 2,2 milhões. Autorizado pelo ex-presidente do BRB Tarcísio Franklim de Moura, também preso naquela ocasião, o cheque foi o estopim da renúncia do então senador Joaquim Roriz.
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