O ano de 2008 foi marcado pela falência do sistema financeiro mundial, com a quebra do modelo neoliberal e estatização do mercado financeiro dos Estados Unidos, marcada pela injeção de capital pelo governo para salvar as grandes corporações. Essa foi uma das principais conseqüências da crise mundial, apontada por Heglehyschynton Marçal, economista e coordenador de Pesquisa Econômica e Cenário da Funcef, ligada à diretoria de Investimento, durante o painel sobre conjuntura.
“O setor bancário nos EUA dependerá do governo para se capitalizar”, disse ele, afirmando que a economia americana vem passando por percalços desde 2006, quando já apresentava sinais de debilidade: o índice de expectativa do mercado imobiliário no país, por exemplo, começou a cair abaixo do patamar de 50 pontos (o que é considerável um mau sinalizador) naquele ano. O mercado de imóveis estadunidense foi um dos desencadeadores da crise mundial.
Para Marçal, uma alternativa para sair da crise seria a reorganização do grupo dos 20 países mais ricos do mundo, o chamado G-20, no sentido de estabelecer uma política conjunta de enfrentamento do problema.
No caso brasileiro, o país está em melhores condições de se defender dos efeitos da crise, dada a forma como a economia foi conduzida nos últimos anos, com forte atuação dos bancos públicos, como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, explicou o economista. Ele defendeu a redução da taxa Selic para que o país mantenha o ritmo de crescimento registrado nos últimos tempos.
“A Caixa que queremos”
No segundo painel, que discutiu “a Caixa que queremos”, Valmir Gôngora, gerente de Planos Atuariais da Funcef, fez um amplo resgate histórico da Caixa desde os anos da ditadura até os tempos atuais, passando pela década de 80, de “efervescência”, marcada pela primeira paralisação nacional dos empregados, com a conquista da jornada de 6 horas e o direito a sindicalização, até a era FHC, com as privatizações, além do governo Lula.
Sobre a Funcef, destacou principalmente como desafios ao fundo de pensão o fim do voto de qualidade (ou de minerva), a incorporação do plano REB pelo Novo Plano, o custeio do Reg/Replan, a integralização de recursos pela Caixa (PMPP), tábua salarial etc) e a inclusão de não participantes.
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