As manifestações se espalham país afora contra a PEC 241, que congela investimentos na área social, saúde e educação pelas próximas duas décadas, a MP 746, que impõe uma série de reformas no ensino médio e o projeto Escola sem Partido, conhecido como lei da mordaça, que censura o debate crítico na sala de aula. Mais de 760 escolas e campi universitários e da rede federal de ensino tecnológico estão ocupados por estudantes secundaristas em 17 estados brasileiros, além do DF, sem data para encerrar.

Até o momento, as ocupações têm sido pacíficas no DF, PR, RS, RN, MG, SP, GO, RJ, RO, PA, ES, TO, BA, MA, PI, MT, AL e PE. Com o rosto pintado, os alunos gritam palavras de ordem, exibem faixas e cartazes com dizeres como “educação não é mercadoria” e “luto na educação”.

Para o Sindicato, a manifestação desses jovens representa um basta ao retrocesso social e aos ataques aos direitos constitucionais do governo ilegítimo de Michel Temer, que só privilegiam os ricos, empobrece a formação cultural e científica e tenta retirar o pensamento crítico do ambiente escolar.

Protestos no DF

No DF, as ocupações começaram no dia 3 deste mês, quando um grupo de alunos do Centro de Ensino Médio 414, de Samambaia, resolveu protestar contra as medidas impostas pelo governo Temer, que destroem as políticas públicas.

Desde então, a mobilização vem crescendo na cidade. No dia 10, quando o texto-base da PEC 241 foi aprovado em primeiro turno na Câmara Federal, foram ocupadas as unidades do Instituto Federal de Brasília (IFB) na Cidade Estrutural, em São Sebastião e em Samambaia.

O protesto chegou ao campus de Planaltina na segunda-feira (17). E, ontem (19), os alunos do Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia também aderiram ao movimento.

Há uma semana, estudantes dos níveis médio e técnico dos campi de Luziânia e Valparaíso (GO) do IFG protestaram na Esplanada dos Ministérios.

Ocupações

Do total de unidades ocupadas, a maioria é do Paraná. Segundo a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), estão ocupados 688 colégios estaduais e dez campi de universidades estaduais e federais no estado paranaense.

Em Minas Gerais, há oito escolas estaduais ocupadas e seis unidades do IFM. Há 12 campi da rede federal ocupados no Rio Grande do Norte, dez no Rio Grande do Sul, cinco em Goiás, três no Rio de Janeiro, dois em Alagoas e um nos estados de Mato Grosso, Pernambuco, Rondônia, Pará, Espírito Santo, Tocantins, Bahia, Santa Catarina, Maranhão e Piauí. Em São Paulo, foi ocupada nesta quinta-feira (20) uma escola estadual em Caraguatatuba, no litoral norte.

Há ainda campi ocupados em Pernambuco, Bahia e Piauí.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília