O Encontro Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado sábado 26 no Teatro dos Bancários, em Brasília, que reuniu mais de 200 trabalhadores de todo o país, aprovou um calendário nacional de mobilizações contra o plano de reestruturação do BB, também conhecido como pacotão de maldades, que provocará demissões, fechamento de unidades e aumento da terceirização. |
O diretor do Sindicato Rodrigo Britto, o coordenador da Comissão de Empresa, Marcel Barros, a diretora da Contraf Leoni Philippsen e o vice-presidente da Contraf, Milton Rezende
O Encontro Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado sábado 26 no Teatro dos Bancários, em Brasília, que reuniu mais de 200 trabalhadores de todo o país, aprovou um calendário nacional de mobilizações contra o plano de reestruturação do BB, também conhecido como pacotão de maldades, que provocará demissões, fechamento de unidades e aumento da terceirização.
O calendário
● 30 de maio (quarta-feira) Paralisações e manifestações em todo o país contra o pacote.
● 14 de junho (quinta-feira) Dia Nacional de Luta pela isonomia de direitos entre funcionários novos e antigos dos bancos federais (BB, Caixa, BNB e Basa).
● 20 de junho (quarta-feira) Dia Nacional de Luta contra o pacote.
● Final de junho Congresso Nacional dos Bancários do BB.
Os bancários do BB aprovaram ainda a proposta de reivindicar anistia dos dias parados aos funcionários que protestaram contra o plano de reestruturação; moção em apoio aos colegas das Gerel (Gerência Regional de Logística) que serão extintas; campanha de mídia massiva denunciando a direção do banco; resgate das reivindicações de 2004 sobre PCS; intensificar abaixo-assinado pela isonomia de direitos entre os servidores dos bancos federais e realizar encontro sobre o assunto com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e dos deputados Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Daniel Almeida (PCdoB-BA), autores do projeto de lei 6259/05, que estende aos novos funcionários dos bancos públicos federais os mesmos direitos dos empregados antigos.
Ficou decidido também que os bancários vão denunciar a falta de responsabilidade social da direção do BB ao Instituto Ethos de Empresas e farão uma cartilha sobre as conquistas históricas do funcionalismo a ser distribuída aos novos. Os bancários defenderam ainda a participação dos agricultores e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos atos contra o pacote.
A reação ao pacote
O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Marcel Barros, lembrou que o movimento sindical vem desenvolvendo uma série de ações para forçar o BB a negociar. No mesmo dia em que a direção do BB divulgou o pacote, o Sindicato realizou manifestação em frente aos edifícios Sede I e Sede III e paralisou as três maiores agências do banco no DF. Também houve manifestações e paralisações em todo o país
Ainda no dia 7 de maio, em visita que fez à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) depois das manifestações, para tratar do veto à Emenda 3 (que incentiva a precarização do trabalho), o presidente da CUT, Artur Henrique, e o Sindicato denunciaram o pacote do BB.
Em 8 de maio, o Sindicato reuniu-se com o Superintendente de Varejo do BB no DF, Luiz Carlos, que assumiu o compromisso de que em Brasília não haverá perseguições e agenda oculta e que ninguém terá prejuízo. Participaram do encontro o diretor do Sindicato Rodrigo Britto e o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Miguel Pereira.
No dia 10, a Contraf-CUT, a Comissão de Empresa e o Sindicato se reuniram com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para denunciar que o pacote vai reduzir pessoal e aumentar a terceirização.
Em 14 de maio, o Sindicato, a Comissão de Empresa, a Contraf e o BB participaram de audiência no Ministério do Trabalho e Emprego. Na reunião, o banco apresentou alterações no seu pacote com a intenção de amenizar os impactos negativos.
Ao fazer uma breve análise sobre a Ditadura Militar (1964-1985), que destituiu diversas diretorias de sindicatos em todos os Estados, o presidente do Sindicato, Jacy Afonso, disse que o momento é de união. É preciso unificar e moldar uma estratégia nacional de lutas.
Rodrigo Britto, presidente eleito do Sindicato, lembrou que é preciso unidade e ação entre todos os sindicatos e bancários do BB contra o pacote. Além disso, precisamos dialogar com a sociedade sobre a verdadeira função do Banco do Brasil.
Segundo o vice-presidente da Contraf, Milton Rezende, é preciso colocar o bloco na rua e endurecer as manifestações em todo o país. Caso contrário, a atual diretoria do BB vai transformá-lo em um banco privado como outro qualquer".
Na mesma linha, a diretora executiva da Contraf Leoni Philippsen também defendeu organização nacional de resistência contra o plano de reestruturação do BB.
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