Banco do Brasil

29 de Junho de 2011 às 10:47

Em reunião ampliada, delegados sindicais do BB debatem Campanha Nacional 2011

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A três dias do Congresso Distrital do Banco do Brasil, 70 delegados sindicais da instituição financeira se reuniram na sede do Sindicato na manhã desta terça-feira (28) para debater assuntos gerais e específicos da Campanha Nacional 2011, como emprego e remuneração, saúde e condições de trabalho, jornada de 6 horas, segurança bancária e sistema financeiro nacional.

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Jeferson Meira (microfone), diretor do Sindicato e funcionário do BB

 

 

Reunidos por mais de seis horas, diretores do Sindicato e delegados sindicais discutiram as principais conquistas da Campanha Nacional 2010 para o funcionalismo do BB – elevação do piso e a implantação da carreira de mérito – e problemas enfrentados pelos trabalhadores. “O assédio moral  é uma das maiores preocupações do movimento sindical. Nefasta, essa prática é frequente tanto por razões profundas que dizem respeito à própria lógica de organização do trabalho contemporâneo, como pela falta de uma atuação mais incisiva no combate a esse mal por parte da empresa ”, frisou Jeferson Meira, diretor do Sindicato e funcionário do BB.

O diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN) Alexandre Stilben deu um depoimento geral sobre alguns casos acompanhados por ele. “É preciso também uma mudança de postura por parte da vítima ao perceber o assédio. Ela deve buscar seus direitos e apoio do sindicato, além, é claro, de denunciar aos órgãos competentes. Os bancários estão avançando na luta contra o assédio, seja da maior conscientização, seja na conquista dos comitês de ética."

Violência moral

Psicólogo da Clínica de Saúde do Sindicato, Vitor Barros continuou os debates sobre assédio moral. Em análise detalhada sobre o tema, Barros lembrou que um ato isolado não é assédio moral. “No entanto, essa violência moral não pode ser ignorada. Para ser considerado assédio, os atos precisam ser contínuos”, ressaltou. Ele ainda citou algumas frases que podem ser consideradas indícios do mal: “se você não quer trabalhar, porque não dá lugar para outro”. “Seu trabalho é ótimo, mas você não serve para trabalhar nesta empresa”.

Ao lembrar casos emblemáticos de assédio moral no BB, no Bradesco e no Itaú, o psicólogo disse que não é o bancário que adoece. “É a organização do trabalho que está doente. Isso porque não existe gestão de pessoas, e sim gestão de desempenho. A própria disputa coletiva por resultados cada vez maiores incentiva essa prática”, observou. “Vocês, delegados sindicais, podem nos ajudar a mudar essa realidade nos locais de trabalho”, acrescentou. No dia 11 de julho (segunda-feira), Vitor Barros lança, na sede do Sindicato, o livro Adoecimento Psíquico no Trabalho bancário. 

Na sequência, Jeferson Meira convidou um bancário do BB para dar um depoimento sobre assédio moral. Afetado pela prática, o funcionário, que está afastado de suas atividades, falou sobre seu problema. Emocionado, o bancário disse que espera sair vitorioso dessa luta contra o assédio e a injustiça. “Foram momentos terríveis e que não desejo para ninguém”. Para preservar a identidade do trabalhador, o Sindicato não divulgará o nome, o local de trabalho e nem detalhes sobre a história do colega. 

Após a fala do bancário vítima de assédio moral, os delegados iniciaram o debate sobre o tema com os integrantes da mesa. Os representantes dos trabalhadores tiraram dúvidas, relataram situações do dia a dia e questionaram o Sindicato sobre os casos emblemáticos de assédio moral nas dependências do BB. Em resposta, o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do banco, Rafael Zanon afirmou que “o sindicato não tem ingerência sobre as decisões tomadas pelos administradores da empresa. Vamos continuar utilizando nossas estratégias para tentar mudar essa realidade. Já avançamos nessa luta com diversas decisões judiciais condenando o assédio e também com a conquista de cláusulas em acordos coletivos visando combater o mal ”, concluiu Zanon, ao lembrar as inúmeras ações do Sindicato para coibir a prática, como o último protesto acontecido no sede I contra práticas de assédio moral na Diretoria de Varejo.

Conquista inédita

Conquista da Campanha Nacional de 2010, o acordo aditivo de combate ao assédio moral foi assinado por diversos bancos em janeiro de 2011. Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Caixa Econômica Federal, Citibank e Votorantim, Safra e BIC Banco assinaram o documento, cuja adesão é voluntária.

No caso do Banco do Brasil, que não assinou o aditivo, os bancários contam com os chamados comitês de ética para apurar os casos, acionados após apuração da denúncia pela Ouvidoria Interna, que por sua vez tem uma imagem desgastada por causa, entre outras coisas, da sua posição hierárquica na estrutura organizacional.

Para fazer a denúncia, o Sindicato dispõe de um canal próprio. Basta clicar no link de acesso ao formulário, localizado no alto da página, à direita, onde o bancário vai encontrar todos os detalhes sobre os procedimentos para preenchimento e envio. Vale ressaltar que todos os dados informados pelo bancário são mantidos no mais absoluto sigilo. Se preferir, o trabalhador também pode fazer a denuncia pessoalmente no Sindicato (EQS 314/315 – Asa Sul. Fone: 3262-9023).


Conjuntura econômica

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Da esquerda para a direita: Eduardo Araújo, Kleytton Morais, Pedro Tupinambá e Rejane Marques 

Coordenador da segunda mesa, que abordou conjuntura econômica, Campanha Nacional 2011 e congressos distrital e nacional, o diretor do Sindicato Kleytton Morais destacou a importância da organização dos trabalhadores. “O sucesso de nossas conquistas passa, necessariamente, por uma mobilização forte em todo o país”, salientou.

Economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Sindicato, Pedro Tupinambá comparou os resultados do sistema financeiro de 2010 com os primeiros meses de 2011. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país – no ano passado foi de 7,5%, no primeiro trimestre deste ano ficou em 4,2%. “Isso vem intensificando a busca pelo resultado a qualquer custo”, enfatizou, ao mencionar uma série de medidas adotadas pelo BB para consolidar sua liderança no sistema financeiro internacional, como a aquisição do Banco Postal por R$ 3,15 bilhões.

Com R$ 866 bilhões em ativos, o BB é o maior banco brasileiro. Na comparação com o Itaú Unibanco, o BB está R$ 88 bilhões à frente. “É claro que essa ganância por lucros se reflete no adoecimento de milhares de bancários”, acrescentou Tupinambá.

Em relação à rentabilidade – relação entre o lucro líquido e o patrimônio – o economista do Dieese explicou que o desempenho dos bancos brasileiros é superior ao dos países desenvolvidos. O BB vem optando por uma gestão agressiva para se manter na liderança do sistema financeiro. Em 2010, o BB incorporou novos bancos, fez parcerias estratégicas, ampliou a rede de autoatendimento, criou uma empresa administradora de cartões de crédito, de débito e de pré-pago, ampliou os investimentos nas áreas de seguros, de capitalização e de previdência, e partiu para a internacionalização, com a aquisição do argentino Banco da Patagônia.

Campanha Nacional 2011

De forma didática, o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Eduardo Araújo, que também é diretor do Sindicato, explicou como funciona a Campanha Nacional dos bancários. Ele mostrou passo a passo como é definido o calendário de mobilização, as etapas e o funcionamento da campanha. “A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é documento assinado entre a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), representante dos sindicatos dos bancários,  e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), braço sindical das instituições financeiras. Já o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é assinado entre o BB e os sindicatos”, destacou.

Araújo também detalhou a composição do Comando Nacional dos Bancários, formando por 39 representantes dos trabalhadores. O grupo é responsável pelas negociações dos bancários.

Clique aqui para ver infografia sobre o funcionamento da Campanha Nacional dos bancários.

Outros temas foram discutidos para embasamento do Congresso Distrital do BB que será realizado nesta sexta e sábado, onde serão definidas as pautas de Brasília para a minuta específica de negociações com o banco. Como forma de preparação para os delegados, a tese guia que será levada ao congresso pelo Sindicato foi distribuída aos delegados sindicais. "É imprescindível que os delegados reforcem a chamada para o congresso, que acontecerá na sexta (1º), às 19h, e também no sábado (2) de manhã, na Legião da Boa Vontade (LBV)", disse Eduardo Araujo, coordenador da comissão de empresa do BB.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília

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