
Jornada legal de 6h, Plano de Cargos, implantação da Plataforma de Suporte Operacional (PSOs) nas agências, assédio moral, Gestão de Desempenho por Competências do BB, conhecida pela sigla GDP, Previ, saúde e previdência dos bancários egressos de bancos incorporados pelo Banco do Brasil e ações na Justiça. Esses foram alguns dos assuntos debatidos por quase cinco horas pelos delegados sindicais do BB durante reunião ampliada nesta terça-feira (14).
Ao fazer uma análise de todas as ações do Sindicato, o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB, citou conquistas importantes para o funcionalismo, como os processos seletivos e o Comitê de Ética.

"O Sindicato considera o processo um avanço e irá buscar sua ampliação para o restante das áreas da empresa. Sempre reivindicamos critérios claros, objetivos e transparentes de seleção, e a realização desse certame vem nesse sentido", observa Zanon.
Comitê de Ética
Em relação ao Comitê de Ética, o diretor do Sindicato afirmou que a ferramenta ainda precisa ser aperfeiçoada. Apesar das falhas, é um importante instrumento de combate ao assédio moral. “A implantação dos comitês de ética em todo o país não é uma benesse do BB. É resultado da incansável persistência do movimento sindical, há quase uma década, para que a estatal e outros bancos do sistema financeiro nacional coíbam o assédio moral nos locais de trabalho”, acrescentou ele.
O Comitê de Ética foi conquistado graças à ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) com o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília.
PSOs
Presidente do Sindicato e funcionário do BB, Rodrigo Britto deu as boas-vindas aos delegados sindicais e colocou o Sindicato à disposição para as próximas lutas do funcionalismo. “Vamos trabalhar incansavelmente para que 2012 seja melhor que 2011”, desejou.
Sobre as PSOs nas agências, Britto disse que o Sindicato está atento às mudanças do BB. “Não permitiremos que os bancários sejam prejudicados com decisões unilaterais, como a rotatividade”, acrescentou.
Zanon observou que as PSOs não estão gerando aumento da rotatividade. “Vários caixas que estavam sendo perseguidos foram nomeados. As PSOs foram criadas pelo BB para administrar as agências, deixando o gerente para cuidar da parte negocial”.
Ações
Em relação às ações judiciais, Zanon deu detalhes das estratégias do Sindicato e informou os próximos passos do Departamento Jurídico para garantir êxito ao funcionalismo.
6 horas
Prioridade, a luta pelo cumprimento da jornada de 6 horas sem redução de salário será intensificada este ano em Brasília. Mais uma vez, o Sindicato insiste na mobilização para a conquista das 6 horas. “Se os comissionados aderirem em massa às atividades, nossa vitória ficará mais próxima”, observou Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e diretor do Sindicato.
A vitória do Sindicato dos Bancários de Brasília na ação judicial pelo cumprimento das 6 horas para os assistentes de agências, confirmada pelo Judiciário no último dia 27, representa marco histórico e inédito na luta pela jornada legal, e vem pressionando a empresa por uma solução global.
No dia 7 de março haverá o Dia Nacional de Luta pela jornada de 6 horas e Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Luta contra a privatização
Diretor do Sindicato, Wadson Boaventura elencou as medidas adotadas durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) contra o funcionalismo do BB: política de arrocho salarial (reajuste zero), plano de demissões, tentativa de privatização, entre outras. “Os novos funcionários do banco só estão aí porque conseguimos evitar que o BB fosse vendido”, observou ele.
Ao fazer uma retrospectiva das conquistas dos bancários do BB a partir de 2003, Wadson Boaventura destacou que a forte mobilização rendeu bons frutos à categoria. “As greves trouxeram conquistas importantes. Entramos com um patamar e saímos com outro”, afirmou, enumerando – uma a uma – as vitórias do funcionalismo.
Avaliação
Implementada em 2005, a Gestão de Desempenho por Competências do BB, conhecida pela sigla GDP, foi tema de amplo debate na reunião dos delegados sindicais. Os trabalhadores apontaram falhas nos procedimentos e nos registros dos acordos de equipe, das anotações de feedback e das competências não requeridas.
O programa analisa a competência profissional que é uma combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes evidenciadas no trabalho. Esse desempenho é observado por ciclos de avaliação (para comissionados ou não).

“Estamos de olho na conduta de alguns gestores. Quem procura o Sindicato geralmente tem seu problema resolvido. Já os que preferem ficar calados são descomissionados”, alertou Araújo.
Incorporados
Aos delegados, o Sindicato informou que vem lutando para que os funcionários oriundos de bancos incorporados (BESC, BNC e BEP) tenham acesso à saúde (Cassi) e à previdência (Previ).
Para garantir os mesmos direitos aos funcionários incorporados, o Sindicato ingressou com ações na Justiça. A ação do BEP tramitou com vitória em primeira instância. Já a do Besc tem a primeira audiência ainda nesta semana. Ao contrário do BEP, Besc e BNC têm reciprocidade de atendimento. “Essa reciprocidade tem sérios problemas e precisa ser corrigida imediatamente”, frisou Zanon.
“O banco não pode diferenciar seus funcionários. Todos os trabalhadores, incorporados ou do quadro do BB, devem ter o mesmo tratamento, com direitos e benefícios iguais”, afirma o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Eduardo Araújo, que também é diretor do Sindicato.
Previ
Mirian Fochi, conselheira deliberativa eleita da Previ e secretária de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), apresentou dados atualizados da Previ.
Diante da crise financeira internacional, sobretudo entre os países da zona do Euro, em 2011, a Previ não conseguiu atingir a meta atuarial – rentabilidade mínima necessária dos investimentos de um plano de previdência para garantir o cumprimento dos seus compromissos futuros. Ano passado, a meta atuarial fixada foi de 12%. O plano 1 da Previ ficou com rentabilidade de 7,70%, enquanto o Previ Futuro atingiu 4,63%. “Foi um ano atípico. Esperamos recuperar as perdas em 2012”, salientou Mirian.
Maior fundo de previdência da América Latina, a Previ conta atualmente com exatos 193.696 participantes, entre ativos, aposentados e pensionistas.
Mirian lembrou que, mesmo a Previ não tendo atingido a meta atuarial de 2011, o Benefício Especial Temporário (BET) será pago normalmente até 2012. “Caso a Previ não consiga atingir a meta atuarial nos próximos anos, é bem provável que o benefício seja suspenso”, afirmou.
Dia Nacional de Luta e negociações
O Sindicato informou aos delegados sindicais que no próximo dia 7 de março será o Dia Nacional de Luta dos Funcionários do BB pelo respeito à jornada de 6 horas do bancário e por negociações para um Plano de Cargos digno.
A Contraf-CUT e o Sindicato agendou negociação com o BB dia 27 de fevereiro e aguarda confirmação por parte da empresa.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
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