Sindicato e direção do BRB, por meio de sua comissão de negociação, se reuniram nesta quinta-feira 25 de fevereiro para mais uma rodada de negociações da mesa permanente. O Sindicato cobrou do banco respostas às reivindicações apresentadas no último dia 11: o pagamento de abono, a questão dos gerentes de negócios dos níveis 2 ao 5, realização de cursos da Catho dentro da jornada de trabalho e grupo de estudo de saúde.
Veja os pontos tratados a seguir:
Abono
O banco reiterou contraproposta de abono no valor de R$ 1.250,00, conforme comunicado do último dia, em relação à reivindicação do Sindicato, de R$ 2.000. O pagamento de abono decorre de reconhecimento do desempenho excepcional do banco em 2009, em especial no segundo semestre, resultado do trabalho dedicado de todos os funcionários.
O Sindicato considera positiva a postura do banco em reconhecer o empenho de todos para o alcance deste resultado, porém considera o valor apresentado insuficiente e insistiu numa reconsideração que implique em justo aumento da quantia apresentada.
Gerentes de Negócio e 7ª e 8ª horas dos ocupantes de funções gratificadas de caráter técnico
O banco reconhece a justa reivindicação dos gerentes enquadrados neste segmento. Quanto à postulação dos funcionários que se enquadram na condição de cargos técnicos (supervisores, assistentes, auxiliares, analistas etc.) que exercem 8 horas, apesar do passivo trabalhista, a direção do banco ainda não tem posição sobre a reivindicação da jornada de 6 horas sem redução salarial. O Sindicato reforçou que intensificará essa demanda.
Em função de estar em curso o mapeamento de processos no banco, cujo término está previsto para junho de 2010, a comissão de negociação do banco afirmou a necessidade de uma revisão estrutural de todo o PCS, com um novo modelo, no segundo semestre deste ano.
O Sindicato considera oportuno o mapeamento de processos em curso, que, conforme o banco, resultará em adoção de novo modelo de PCS, porém ressalta a necessidade de atendimento das reivindicações destes segmentos o mais rápido possível.
O banco afirmou ainda que, após o término do mapeamento dos processos, em função da necessidade de adequações profundas no PCS, se compromete a contemplar os gerentes de negócios.
O Sindicato reivindicou maior formalidade relativa à reestruturação global do PCS, bem como participação negociada em comissão de trabalho paritária.
Cursos de qualificação Catho
O Sindicato argumentou que os cursos em questão devem ser realizados dentro da jornada de trabalho. O banco respondeu que orienta aos gestores negociar com os interessados em tais cursos seus superiores, para que estes sejam desenvolvidos preferencialmente dentro da jornada de trabalho. O banco ficou de emitir comunicado interno sobre o tema.
Quanto à parte do curso que será presencial, será necessariamente desenvolvida dentro da jornada normal de trabalho.
Grupo de Trabalho BRB Saúde
A comissão de negociação do banco reafirmou que o assunto não se refere à negociação sob sua alçada. O Sindicato reafirmou sua reivindicação de participação neste grupo, uma vez que se trata de benefício voltado para os bancários, e segundo informações preliminares, o estudo em curso aponta para a necessidade de maior aporte dos trabalhadores para o equilíbrio do plano.
Grupo de recuperação de crédito
O Sindicato reivindicou o pagamento da remuneração específica equiparada para o papel desempenhado pelos participantes do grupo de recuperação de crédito, uma vez que se constatou o desempenho de funções gerenciais por funcionários que originalmente não tem esta função.
O banco disse que será feita análise da eficácia deste grupo, para avaliação de sua continuidade, e que a resposta sobre a reivindicação do Sindicato será dada na próxima negociação.
PLR de 2010
O banco apresentou alguns parâmetros para formatação de novo modelo de PLR para este ano, como percentual do lucro a ser distribuído fixado em 13%, vinculação de parte desta distribuição ao atingimento de metas e necessidade de racionalização do modelo para que o mesmo torne-se de mais fácil entendimento. Há aspectos positivos, como maior espaço para metas globais na parte variável. Outros, nem tanto.
O Sindicato considera necessária a racionalização do modelo, porém deixou claro que em um ambiente de negociação o banco não pode desde já colocar um engessamento no que se refere ao percentual e ao modo do lucro a ser distribuído.
“Os parâmetros apresentados pelo banco ainda são preliminares, e há necessidade de muita discussão para um modelo mais claro, racional e que contemple a distribuição da produtividade e rentabilidade crescente de maneira equilibrada para o conjunto dos bancários”, afirma André Nepomuceno, secretário-geral do Sindicato.
Nova rodada
Nova reunião de negociação ficou agendada para o dia 11 de março.
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Mudanças na direção do banco
Saiu nessa quinta-feira 25 o diretor de Desenvolvimento do banco, Flávio Couri, ex-secretário geral do ex-partido do ex-governador em exercício Paulo Octavio, cujo diretório regional foi dissolvido.
No compasso do desalojamento de vários cargos políticos indicados por partidos, personalidades políticas que anunciam ter deixado o GDF após a deflagração da crise e a prisão de Arruda, e indicações do próprio governador afastado e seu ex-vice, é de se esperar que deixem o banco, as empresas e instituições a ele ligados, vários outros ocupantes com poder de mando ainda presentes no grupo BRB.
Tendo estes ocupantes de cargos de direção no conglomerado BRB apresentado uma postura coerente, deveriam sair de livre e espontânea vontade, e havendo a vacância é importante o atual governo observar para a presença de diversos funcionários de carreira com competência para assumir tais cargos, o que seria salutar para o banco.
Esta é a posição do Sindicato, várias vezes divulgada de público, com providências cabíveis tomadas de fato.
Uma curiosidade é o pedido de demissão de dois ex-funcionários do banco, que por processo administrativo interno teria sido por justa causa, em função da apreensão de grandes somas de dinheiro vivo nas dependências da diretoria financeira, à época da operação aquarela, em abril de 2007.
O processo seguiu para a Corregedoria Geral do DF, e lá permanece engavetado até hoje. O pedido de demissão coincide com a saída do corregedor e secretário da ordem pública de Arruda, Roberto Giffoni.
Atualizado às 19h02 de 26/02/2010