Mesmo com a forte chuva, os funcionários do Banco do Brasil de Brasília participaram, nesta quarta-feira 28, do Dia Nacional de Luta contra as discriminações e as práticas antissindicais do banco em relação aos bancários e bancárias que participaram da greve nacional deste ano. O ato, realizado no edifício Tancredo Neves, também conhecido como prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde está localizada a Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes), mostrou a força do funcionalismo frente às retaliações do banco.

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“Qualquer ação do Banco do Brasil contra os funcionários será respondida à altura pelo Sindicato e pelos trabalhadores e trabalhadoras. Mesmo após 15 de dezembro, data limite para a compensação das horas da greve, conforme prevê o acordo coletivo de trabalho, estaremos de plantão. Até mesmo nos dias 24 e 31 de dezembro poderemos realizar grandes protestos”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB. 

A manifestação realizada nesta quarta foi mais uma ação do Sindicato contra instrução normativa editada pelo BB cujo objetivo foi punir e intimidar os trabalhadores que aderiram à paralisação deste ano. Prova disso foi o cancelamento das férias desses trabalhadores, que já estavam marcadas desde junho.

Desde que a direção do banco iniciou sua série de ataques aos trabalhadores, o Sindicato tem atuado em todas as frentes para combater e por fim às retaliações. A entidade sindical conseguiu duas liminares da Justiça do Trabalho que asseguram o direito dos bancários que participaram da greve de usufruírem das férias. Com as decisões, o banco teve que voltar atrás nos cancelamentos.

“Além disso, estamos recorrendo a vários órgãos, como o Ministério Público, Ministério do Trabalho e Emprego e Presidência da República para denunciar as práticas antissindicais do BB”, destaca o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, que também é funcionário do BB. “Greve é um direito do trabalhador e está prevista em nossa Constituição. Dessa forma, não iremos admitir, em hipótese alguma, que os gestores do banco continuem prejudicando os colegas que participaram da paralisação. Isso é inadmissível”, acrescenta o dirigente sindical, que representa os trabalhadores do Ramo Financeiro de Brasília no Comando Nacional dos Bancários.

“Os gestores que praticarem atos contra os trabalhadores serão prontamente denunciados pelo Sindicato”, destaca o diretor do Sindicato Wadson Boaventura, também bancário do BB. 

O Sindicato está recebendo inúmeras reclamações dos trabalhadores que estão sendo vítimas das práticas antissindicais dos gestores do BB. “Assim como ingressamos com ação civil pública na Justiça do DF contra o Banco do Brasil por omissão e contra o diretor de Risco, Renê Sanda, por dano ao erário, poderemos repetir o procedimento com outros gestores do banco”, informa o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT) Alexandre Stilben, que também é bancário do BB.

O objetivo da ação contra Renê Sanda é obter o ressarcimento ao BB de R$ 500 mil, pagos como indenizações em três ações trabalhistas. 

Ficou comprovado na Justiça do Trabalho que o diretor descomissionou três empregados em 2007 por eles terem pleiteado judicialmente a redução da jornada de 8 para 6 horas, adequando-se ao tempo legal de trabalho diário dos bancários. Três dias depois da medida, Renê Sanda promoveu reunião com cerca de uma centena de empregados, em que justificou os três descomissionamentos como forma de retaliação para evitar “risco de contaminação”, intimidando e desestimulando novas ações trabalhistas.


CUT também participa do Dia Nacional de Luta

Contra a lamentável postura antissindical dos gestores do BB, a Central Única dos Trabalhadores de Brasília (CUT Brasília) também participou do Dia Nacional de Luta na capital federal. Na manhã desta quarta-feira, a Central, que é a maior do país e da América Latina e a quinta maior do planeta, realizou grande protesto no Edifício Sede I do Banco do Brasil. 

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Com inúmeras faixas, carros de som e grande número de trabalhadores, a CUT Brasília exigiu o fim das práticas antissindicais e das retaliações por parte do BB contra os trabalhadores e trabalhadoras que participaram da forte greve deste ano.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília