Santander

17 de Janeiro de 2013 às 01:00

Em audiência no MTE, Itaú e Santander se negam a negociar acordo sobre demissões; bancários podem parar

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O Itaú Unibanco e o Santander se negaram a negociar emprego e rotatividade durante audiência de mediação realizada nesta quarta-feira (16) no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na capital federal, entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários de Brasília.

Após duas horas de intensos debates, a audiência terminou frustrada. O Itaú e o Santander rejeitaram acordo sobre emprego, apesar de milhares de demissões imotivadas e da prática de rotatividade nos últimos anos.

“Em vez de demitir, Itaú Unibanco e Santander, dois grandes bancos privados, deveriam trabalhar pelo crescimento da economia brasileira. Sanguessugas, essas duas instituições desrespeitam o Brasil e os brasileiros ao dispensarem milhares de trabalhadores e trabalhadores em prol de lucros exorbitantes”, afirma a secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rosane Alaby, que é bancária do Santander.

Secretário do Trabalho do MTE, Manoel Messias frisou a preocupação do ministro com o mercado de trabalho, destacando que o país atravessa um longo ciclo de crescimento com geração de empregos. Ele propôs a formação de uma mesa de negociação do setor bancário, a exemplo de outros setores da economia, mas os bancos não aceitaram. Eles também se recusaram a garantir acesso das informações mensais do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) aos bancários.

Governo federal deve intervir

Diante da negativa do Itaú e do Santander, o Sindicato dos Bancários de Brasília reivindica que o governo federal intervenha o mais rápido possível. “Um governo democrático e popular não pode admitir que o Itaú e o Santander continuem fechando milhares de postos de trabalho”, critica o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, lembrando que a rotatividade traz graves prejuízos aos bancários, que perdem seus empregos, e ao governo, que amplia os gastos com seguro-desemprego. “Nesse círculo vicioso, só os bancos saem ganhando, porque reduzem a folha de pagamento, aumentam ainda mais os seus lucros e pioram o atendimento aos clientes e usuários”.

"Mais uma vez, o Itaú e o Santander se negaram a negociar emprego, o que mostra que pretendem continuar dispensando funcionários em 2013, como admitiu um dos diretores do Itaú em declarações à imprensa. Essas demissões são injustificadas e, por isso, não aceitamos pagar a conta da pequena redução dos juros e da chamada melhoria da eficiência dos bancos", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Além de representantes do Itaú e Santander, participou da audiência o negociador da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostólico, que na Campanha Nacional dos Bancários de 2012 disse que o tema emprego devia ser discutido banco e banco. "Além de não negociar, eles usam a Fenaban para tentar esconder o descaso com o emprego dos trabalhadores", critica Carlos Cordeiro.

Santander

Durante a audiência, Magnus Apostólico deu a entender que mil demissões para um universo de 51 mil trabalhadores, no caso do Santander, não é um número alto. Ao final da mediação, o banqueiro tentou consertar e disse que não tinha dito isso. Sua expressão facial, no entanto, demonstrou que ele realmente acha irrisórias as demissões de chefes de famílias. Para Magnus Apostólico e a instituição financeira, as demissões imotivadas são normais.

O Santander cortou 955 empregos em dezembro de 2012, conforme informações fornecidas pelo banco para a Contraf-CUT. O acesso aos dados só foi possível após determinação da procuradora do Ministério Público do Trabalho, Ana Cristina Tostes Ribeiro.

"Na Espanha, em crise financeira, o Santander acaba de assinar um acordo com os sindicatos sobre o processo de fusão do Banesto, garantindo mecanismos de informação, diálogo e respeito aos direitos dos funcionários, sem medidas traumáticas", salienta Cordeiro. "No entanto, o banco rechaçou firmar acordo semelhante, alegando que 'no Brasil as coisas são diferentes'".

"Os trabalhadores brasileiros não são de segunda categoria, contribuem com 26% do lucro mundial do banco e merecem o mesmo respeito dos trabalhadores espanhóis", aponta.

A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de Brasília cobraram ainda informações sobre os dados de emprego e o índice de rotatividade, mas eles nada informaram. "Os bancos agem com falta de transparência ao negar o direito à informação aos bancários", protesta Cordeiro.

Itaú

Conforme dados dos balanços, o Itaú cortou 7.831 empregos entre janeiro e setembro do ano passado. Somente no terceiro trimestre de 2012, o banco reduziu 2.090 postos de trabalho. Desde abril de 2011, houve o fechamento de 13.595 vagas, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Se as demissões continuarem, bancários podem cruzar os braços

Em virtude da postura intransigente do Itaú Unibanco e do Santander, o Sindicato dos Bancários de Brasília está preparando uma série de atividades para denunciar as demissões imotivadas e exigir o fim da rotatividade.

“Se o Itaú Unibanco e Santander continuarem demitindo, iniciaremos paralisações relâmpagos e até uma greve por tempo indeterminado”, afirma o diretor do Sindicato Eduardo Araújo.

Diante da recusa ao diálogo do Itaú e do Santander sobre emprego, o Sindicato dos Bancários de Brasília sugeriu para a Contraf-CUT que convoque os sindicatos de todo país para discutir um processo de mobilização, “onde vamos defender uma greve nacional para forçar os bancos a negociar compromissos de emprego, fim da rotatividade, reversão das terceirizações e melhores condições de trabalho", destaca Eduardo Araújo.

Pela Contraf-CUT, também estiveram presentes os secretários de organização do ramo financeiro, Miguel Pereira, e de imprensa, Ademir Wiederkehr. Também participaram os diretores do Sindicato dos Bancários de Brasília Rosane Alaby e Washington Henrique da Silva.

Da Redação, com informações da Contraf-CUT

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