Santander

24 de Janeiro de 2013 às 14:35

Em audiência no MPT, bancários comprovam demissão em massa no Santander

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Os números levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) confirmaram o que os trabalhadores já vinham denunciando: o Santander promoveu demissão em massa em novembro e dezembro de 2012. Os dados foram apresentados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na quarta audiência de mediação com o banco realizada nesta quarta-feira (23) no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília. O Sindicato de Brasília participou da reunião. 

 

 Segundo o estudo realizado pelo Dieese, a média de dispensas sem justa causa era de 182 entre janeiro e novembro. Já em dezembro foram demitidos 1.153 trabalhadores, quase seis vezes mais do que no restante do ano, o que representa um aumento de 533,5%. A análise do Dieese foi feita com base nos dados fornecidos pelo banco na segunda-feira (21) por determinação da procuradora do MPT, Ana Cristina Tostes Ribeiro, e mostra que as demissões de dezembro em relação a novembro, por exemplo, quando foram dispensados 256 bancários, cresceram absurdos 350,4%.


A procuradora reconheceu o excesso de demissões e questionou os representantes do banco. “Não tem como dizer que o banco não reconhece isso, pois apenas em dezembro de 2012 demitiu cinco vezes mais do que o mês anterior. Os dois meses juntos nunca somaram um número tão alto de funcionários desligados sem justa causa”, afirmou.


Confira o número de demissões sem justa causa em 2012:

- janeiro: 198
- fevereiro: 170
- março: 218
- abril: 179
- maio: 234
- junho: 176
- julho: 157
- agosto: 126
- setembro: 147
- outubro: 139
- novembro: 256
- dezembro: 1.153
- total: 3.153


Ainda assim o banco tentou negar que tenha feito demissão coletiva, pedindo o encerramento da mediação, mas, diante dos números do Dieese, que batiam com as tabelas apresentadas pelos advogados do Santander, teve que confirmar os desligamentos sem justa causa. 


Os representantes do Santander também insistiram em suspender a discussão sobre emprego, levantada pelos dirigentes sindicais, contrariando o acordo da Contraf-CUT com a Fenaban. “Ao contrário do que o Santander diz, o debate sobre emprego não deve ficar restrito à Campanha Nacional. O acordo assinado com a Fenaban foi de que esse assunto seria tratado banco a banco. Agora, a empresa se nega a cumprir”, aponta Rosane Alaby, secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília e funcionária do Santander, que participou da audiência. 


Rotatividade foi maior no Santander


As admissões e demissões realizadas pelo Santander no ano passado também foram divulgadas pelo estudo do Dieese. O ápice de demissões foi registrado em dezembro, com 1.302 desligamentos e 327 admissões. Isso representa um corte de 975 postos de trabalho. Em novembro, o banco já havia fechado 150 vagas. A onda de demissões fez com que o saldo de empregos ficasse negativo, com a extinção de 183 vagas.


Com isso, a taxa de rotatividade (excluídas as transferências) do Santander ficou em 11% entre janeiro e dezembro de 2012, com base no Caged. Já a rotatividade do setor bancário de janeiro a novembro do ano passado foi de 7,6%, conforme o Caged.

Os dados apresentados pelo Dieese permitem concluir, reforça Rosane Alaby, que houve sim demissão em massa, levantando o debate sobre a necessidade de proteção ao emprego. 


A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de Brasília aguardarão até a próxima terça-feira (29) o pronunciamento do MPT para então decidir quais providências deverão ser tomadas.

Pricilla Beine com informações da Contraf-CUT

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