Por muito tempo, tempo demasiado, o Banco de Brasília vem submetido a uma conjunção de fatores de excessivo estresse.
No último ano e meio, por responsabilidade exclusiva do atual governo do DF, nós, bancári@s do BRB, sem falsa modéstia, mas com o bom senso que a experiência nos credencia, vimos sobredemandado nosso compromisso em sustentar a vida dessa instituição que pertence ao povo de Brasília, e de todo o DF, e que deveria ser tratada como jóia governamental.
No entanto, como acompanhamos, a lógica dos fatos e das circunstâncias demonstra a grande possibilidade de venda e incorporação do BRB ao Banco do Brasil.
O Sindicato, numa difícil mas intensa atuação, sempre pautado pelo sentimento e pela reflexão mais geral consolidados na categoria, uma vez vencida a tentativa de privatização, entende, pelas informações que tem até o momento, que se avizinha o momento de concre-tização dessa alternativa, que se tornou o caminho do meio.
Em todas as instâncias e interlocutores temos um duplo princípio como condição: que sejam preservadas as funções específicas do BRB enquanto banco público e prestador de serviços personalíssimos; e, não menos importante, em se tratando de uma representação de trabalhadores, a plena garantia de empregos, salários e direitos dos valorosos profissionais que se dedicam a formar, no passado e no presente, a tradição que faz do BRB a principal presença bancária em todo o DF.
É natural que neste momento, em que se avoluma a expectativa, como também o dissabor com tamanha demora quanto ao destino de nossa instituição, surjam as mais variadas informações, muitas das quais motivam inferências contraditórias e que levam a preocupações ou deduções precipitadas.
Não cabe ao Sindicato exercer o papel de adivinho, muito menos de mentor de tal desfecho em que parece ter se transformado a ida ao Banco do Brasil, ainda mais depois do fechamento do negócio semelhante na Nossa Caixa, em SP.
Essa responsabilidade, todos sabemos, é de competência originária e exclusiva do sr. governador, bem como da atuação decorrente da CLDF, se olhamos o campo político-institucional.
No plano empresarial, o outro pólo é concentrado no BB.
Surgem conversas de todo tipo, algumas de boa fé, outras nem tanto, plantadas que são em interesses que não têm coragem de se colocar em público, pois aguardam o curso dos fatos, à sombra, muitas vezes se aproveitando de cargos de poder, para destilar uma crítica venenosa e sub-reptícia, seja qual for o destino do banco.
Algumas vozes apostam no diversionismo, outras, de comum acordo com o Sindicato, buscam de todas as maneiras atuar pela permanência do Banco de Brasília tal como sempre foi: rentável, presente, socialmente responsável, agente financeiro e de desenvolvimento, prestador de ampla gama de serviços, unido num ambiente majoritário de família.
Junto a estas últimas, fazemos coro uníssono com a pergunta: se for para manter o BRB, muito bem, mas por que o sr. governador, e todas as forças políticas que com ele se aliam, teriam gerado e mantido por tanto tempo toda essa confusão e desgaste? Afinal, essa sempre foi nossa tese original e preferência, não só dos bancários, mas da grande maioria da população.
Quanto aos que apostam em dividir a categoria dos empregados do BRB, nossa resposta, no discurso e na prática, é a coerência: o Sindicato tem por dever honrar a vontade coletiva dos seus representados. Nunca disseminamos facilidades, muito menos falsas expectativas.
Por diversas e reiteradas ações, auferimos que o desejo da maioria expressiva, senão a quase totalidade, é, como alternativa, e não opção voluntária, a ida para o Banco do Brasil. De cabeça erguida e com as garantias de que não podem pesar sobre os funcionários e funcionárias quaisquer ônus decorrentes de uma decisão eminentemente política.
Nada pode substituir a participação ativa de todos nesse processo, sobretudo no momento do seu desfecho e na negociação de uma transição administrativa. Por isso, é preciso toda atenção. Todos devemos participar, tanto junto ao governo, quanto junto à Câmara Distrital, ao BRB e ao BB, cobrando exatamente essa coerência. Em nosso nome, em nome da clientela, usuários, e da sociedade em geral.
Toda decisão implica responsabilidade por seus desdobramentos. É imperativo que intensifiquemos nossa intervenção individual e coletiva, certos de que fizemos e faremos o bom combate.
Essa é a atitude do Sindicato ao longo de todo esse processo, na busca de uma solução coletiva o mais consensual possível, com o compromisso democrático de encaminhar o melhor interesse da categoria.
É dever da entidade sindical ouvir qualquer voz discordante, observações que acrescentem elementos ao debate, modos de ação que contribuam nessa complexa etapa de nossa história.
Mas isso não pode implicar omissão, muito menos omissão interessada e capciosa.
O Sindicato reforça o chamado para a construção de nossa maior garantia, a convergência entre unidade de propósitos e de ação, visando, a depender da leitura, uma alternativa que seja a menos pior, ou a menos melhor, mas a exeqüível frente à conjuntura.
Cultivamos a convicção de ultrapassar, unidos, com brio, essa pedra posta no meio do caminho.
Desejamos a todos um 2009 pleno de energias para encarar, juntos, os desafios de luta.
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