Reduzir novamente as despesas com pessoal além de ser uma medida politicamente injustificável no momento em que o BB bate o seu recorde histórico de lucratividade é também um equívoco do ponto de vista financeiro e de gestão de pessoas.
No Banco do Brasil, essa eficiência cresce juntamente com o aperfeiçoamento da política salarial. Durante o período de reajuste zero (1996 a 1999), o banco apresentou um desempenho insatisfatório em relação a esse indicador. A partir de 2000, com a pressão do movimento sindical e dos funcionários, a diretoria do Banco do Brasil interrompe a série de reajuste zero, dando início a uma nova política salarial, apesar dos inexpressivos reajustes salariais desse período. Em 2003, essa política é aperfeiçoada com a celebração de um acordo coletivo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Com relação ao quadro de pessoal, a partir de 1998 o banco substitui a política de enxugamento de quadros, realizando novas contratações, por meio de concurso público. Entre 1998 e 2005, o Banco do Brasil aumentou o quadro em mais de 5.550 bancários, totalizando a abertura de 14.314 novos postos de trabalho.
Essa nova política salarial teve reflexos diretos nos resultados financeiros do banco, que passou a registrar sucessivos progressos de eficiência operacional, situando-se abaixo de 100% a partir de 2002.
Aliás, a própria diretoria do BB reconheceu no relatório da administração de 2005 que o resultado era reflexo do empenho de seus funcionários: Na busca de melhores resultados, desenvolvemos uma cultura de gestão de custos, que foi assimilada pelos funcionários e está refletida no nosso desempenho: apresentamos índice de eficiência operacional jamais visto na história do Banco do Brasil.
Está claro que a motivação e o empenho do funcionalismo estão diretamente ligados à política salarial, afirma Jacy Afonso, presidente do Sindicato. Se o banco adotar a estratégia correta para aumentar os seus índices de eficiência, o funcionalismo com certeza saberá cumprir o seu papel, como sempre cumpriu. Sem a necessidade de medidas imediatistas, contraproducentes e autoritárias como desse novo pacote.
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