Corre veladamente a feitura de um novo estatuto no BRB. Segundo informações que chegaram ao Sindicato, com a posse de Paulo Evangelista na presidência, o processo teria sido acelerado.

Não seria apenas uma reforma pontual, mas uma reconstituição global no documento mestre do funcionamento e da estrutura da empresa e do conglomerado.

Fala-se em nova composição do órgão diretivo, com a criação de vice-presidências e de diretorias estatutárias em número reduzido a cerca da metade, se comparadas, por exemplo, às superintendências atualmente existentes (segundo escalão), modelo inspirado no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.

Mas o que causa estranheza é a possibilidade aventada de que o banco, ou o acionista majoritário, intencionaria permitir (ou seria incentivar? ) que esses cargos de diretoria fossem preenchidos por pessoas externas ao quadro de carreira. À diferença do que ocorre no BB e na Caixa, e, mais, de modo desconforme à boa prática de governança para o perfil institucional do BRB, incluída aí a perspectiva de longevidade e capacidade de resistir a instabilidades político-administrativas.

O Sindicato, caso se confirme essa tentativa, afirma categoricamente sua oposição. Não aceita esse expediente, e entende que revela, ao fundo, uma afronta ou descaso para com o  profissionalismo e dedicação de seu corpo funcional.

Há que se ter bom senso e coerência.

Outro aspecto é o da discussão e conhecimento, prévio, com a corporação (no melhor senso de institucionalidade e transparência com os trabalhadores), para tal envergadura de mudança estatutária.

É verdade que está se prevendo, no seio dessa reforma, o aumento dos atuais seis salários/ano dos diretores para o dobro, isto é, 12 salários/ano de PLR para o suposto novo corpo diretivo? Isso se justifica? Qual a argumentação?

E quanto a uma vaga do conselho de administração para preenchimento via eleição direta entre os funcionários (as) ativos (as) e aposentados (as)? Está contemplada no projeto? Aliás, esta é uma das reivindicações do Sindicato em consonância com o que ocorre na esfera federal, cuja participação dos trabalhadores nos conselhos de administração das estatais foi promulgado pela presidenta Dilma ainda em 2012.

São alguns dos sinais de que está faltando esclarecimento e construção motivada da necessidade de mudanças, contra o que o Sindicato não tem pré-conceitos, desde que haja fundamentação e sinceridade, embora discorde radicalmente da possibilidade de assunção de pessoas externas ao banco em cargos que hoje correspondem ao de superintendentes.

O que deixa transparecer é que se pretende colocar o BRB na roda viva do uso político para acomodação de aliados de última hora, se é que o GDF sabe disso.

Da Redação