
A Rodoviária do Plano Piloto ficou completamente vermelha, das 17h às 19h, desta sexta-feira (13). Mais de três mil manifestantes, dos movimentos sindicais e populares, lotaram a plataforma inferior, entoando hinos em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da democracia e de uma reforma política capaz de mudar não apenas o sistema eleitoral, mas a forma de representação na sociedade brasileira.
O Dia Nacional de Luta ocorreu simultaneamente em 19 estados, e foi convocado pela Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Em Brasília, o ato começou por volta das 16h, na Praça dos Aposentados, no Setor de Diversões Sul (SDS). Vários representantes dos movimentos sindicais e sociais falaram sobre a importância da mobilização e destacaram a insatisfação com a “pauta dos trabalhadores”. Frisaram que nunca fugiram à luta, que querem aprofundar a democracia, e asseguraram que daqui pra frente vão reforçar as manifestações em defesa da classe trabalhadora.
Às 17h, cerca de mil manifestantes seguiram em direção à Rodoviária. No trajeto, outras pessoas foram se juntando ao grupo. Além da distribuição de panfletos, eles diziam palavras e ordem como: “Não à corrupção” e “A Petrobras é nossa”.
Representantes do Sindicato e a deputada Erika Kokay (PT-DF) estavam entre os manifestantes, além do secretário nacional de Organização e Política Sindical da CUT, Jacy Afonso, e o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
MPs 664 e 665
As medidas provisórias 664 e 665 foram rechaçadas pelos manifestantes. No dia 30 de dezembro, a presidenta da República editou as MPs que, entre outros assuntos, determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro desemprego e auxílio doença.
O movimento sindical exige a retirada dessas medidas do Congresso Nacional.
Reforma política
Os representantes sindicais lembram que a Reforma Política é uma demanda urgente da sociedade brasileira que até os setores mais conservadores defendem esta bandeira.
No Plebiscito Popular, realizado de 01 a 07 de setembro de 2014, participaram cerca de 7.500.000 de pessoas, das quais 97,05% afirmaram que querem mudanças no sistema política através de uma Constituinte Exclusiva.
O resultado é considerado histórico, e representa de forma clara a crise de representatividade atual, além de demonstrar que o povo quer mudanças profundas no Brasil.
Em meados de fevereiro, os presidentes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, lançaram, em Brasília, um manifesto em favor da reforma política. O texto afirma que o Brasil vive "graves dificuldades político-sociais" e que, atualmente, o país, as instituições democráticas e o processo eleitoral passam por uma "inquestionável crise".
"Urge, portanto, para restaurar o prestígio de tais instituições, que se proceda, entre outras inadiáveis mudanças, a proibição de financiamento empresarial nos certames eleitorais, causa dos principais e reincidentes escândalos que têm abalado a nação", defendem as entidades no documento.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
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