Banco do Brasil

26 de Dezembro de 2025 às 18:35

Detalhamento da pesquisa de clima organizacional expõe rejeição à gestão no BB

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A consulta realizada pelo Sindicato para avaliar o clima organizacional no Banco do Brasil revelou um cenário considerado preocupante pelos trabalhadores. O levantamento, conduzido por meio de questionário anônimo e confidencial, recebeu mais de 1.600 respostas. Os dados foram expostos na audiência pública realizada na Câmara Federal no último dia 1º e apontam baixa motivação, insegurança e forte rejeição às decisões estratégicas da direção do banco.

Perfil dos respondentes

Em relação ao tempo de atuação no Banco do Brasil, a maioria dos respondentes possui longa trajetória na instituição: 21 trabalhadores têm menos de 1 ano de banco; 145 possuem entre 1 e 5 anos; 72 entre 6 e 10 anos; 715 entre 11 e 20 anos; e 654 têm mais de 20 anos de BB, evidenciando forte participação de funcionários experientes.

Quanto ao local de trabalho, 651 atuam em agências, 724 em diretorias, 219 em unidades de apoio ou áreas administrativas e 13 em superintendências.

Sobre o cargo atual, os respondentes se distribuem da seguinte forma: 364 escriturários/assistentes, 33 especialistas, 250 gerentes de relacionamento ou de gerência média, 44 gerentes gerais, 45 analistas/técnicos/especialistas de UE, 688 assessores de UE ou de TI, 61 gerentes de soluções ou de equipe e 122 em outras funções.

Clima, motivação e condições de trabalho

Ao serem questionados se, de modo geral, sentem-se motivados para trabalhar no Banco do Brasil, a média das respostas foi de 2,48, em escala de 1 a 5. A avaliação do ambiente de trabalho como saudável e colaborativo atingiu média de 2,54.

A comunicação clara e transparente entre liderança e funcionários recebeu média de 2,17, enquanto a percepção de que o banco valoriza e reconhece o esforço dos funcionários ficou em 2,01, uma das piores pontuações do levantamento.

Quanto às oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento profissional, a média foi de 2,13. Já o equilíbrio entre vida pessoal e profissional obteve média de 2,67, indicando dificuldades na conciliação entre trabalho e vida privada.

Na questão aberta sobre como descrever o clima organizacional atual, foram registradas 1.605 respostas, com recorrência de termos como “tenso”, “autoritário”, “hostil” e críticas à forma de gestão e às condições de trabalho.

Avaliação do Conselho Diretor

Questionados se conhecem e entendem as diretrizes da atual presidência, 299 trabalhadores responderam que sim, 826 disseram entender parcialmente e 482 afirmaram não conhecer ou não entender tais diretrizes.

A avaliação da gestão da atual presidência teve média de 2,15, enquanto a clareza na comunicação das decisões e estratégias ficou em 2,00.

Sobre se as decisões recentes da direção refletem os interesses do corpo funcional, 883 discordam totalmente, 431 discordam parcialmente, 149 se mantiveram neutros, 114 concordam parcialmente e apenas 30 concordam totalmente, o que representa mais de 80% de discordância.

A percepção de representatividade e de escuta pela presidência teve média de 1,81. A avaliação da atuação das diretorias ficou em 1,99, e a análise sobre competência técnica e compromisso institucional das diretorias alcançou média de 2,17.

A concordância com as últimas decisões estratégicas da direção resultou em média de 1,71, indicando forte rejeição. A percepção de que essas decisões impactaram positivamente o trabalho e o ambiente também permaneceu baixa.

Na questão aberta sobre decisões recentes que mereceriam destaque, foram registradas 1.602 respostas, com predominância de críticas a reestruturações, políticas de pessoal e foco excessivo em resultados.

A confiança na direção que o Banco do Brasil está seguindo obteve média de 1,98, e o comprometimento da liderança com o bem-estar dos funcionários recebeu média de 1,74, uma das mais baixas da pesquisa. Nesse quesito, 1.012 trabalhadores discordam totalmente e 404 discordam parcialmente de que a liderança esteja comprometida com o bem-estar.

Perspectivas futuras

Sobre o futuro do Banco do Brasil sob a atual direção, 498 trabalhadores se declararam muito pessimistas, 656 pessimistas, 333 neutros, 94 otimistas e apenas 26 muito otimistas, indicando predominância clara do pessimismo.

As expectativas de mudanças e melhorias geraram 1.602 respostas abertas.

De modo geral, o grau de satisfação com o BB como empregador ficou em média de 2,55. Ao serem questionados se recomendariam o banco como um bom lugar para trabalhar, 394 responderam que sim, 626 disseram que não e 587 afirmaram que talvez recomendassem.

O Sindicato afirma que os dados coletados serão fundamentais para orientar ações políticas, jurídicas e sindicais em defesa dos direitos e das condições de trabalho no BB. A entidade destaca, ainda, a importância da participação da categoria para fortalecer a atuação coletiva em um momento de transformações profundas na instituição.

Da Redação

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