Apresentando a incrível marca de R$ 2,347 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 66,6% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 1,409 bilhão), o lucro do Banco do Brasil bateu recorde histórico. O que não foi divulgado na mídia é que esse lucro foi obtido com descumprimento da legislação trabalhista e com a exploração de seus funcionários.
Descumprimento da jornada de seis horas
De suor e lagrimas do funcionalismo foi feito o lucro recorde do BB em um trimestre. E a direção ainda usurpa direitos históricos, forçando bancários com cargos não gerenciais trabalharem em jornada de oito horas. "Essa situação está ficando insustentável para a empresa, e é grande a irresponsabilidade do conselho diretor que não acaba com essa prática ilegal. O funcionalismo do BB não agüenta mais ter seu direito à jornada de seis horas desrespeitado", afirma o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.
Pesquisa realizada pelo Sindicato em todos os setores do banco constatou que 47% dos entrevistados de agencias fizeram hora extra sem receber. Na direção geral, esse percentual ficou em 40%. O objetivo do estudo foi avaliar as condições de trabalho no Banco do Brasil.
Lateralidade, outra prática nefasta e ilegal
Para completar a série de maldades contra o funcionalismo, a direção do BB acabou há quase um ano com as substituições, acarretando problemas graves de desvio de função, em que trabalhadores realizam funções de cargos com remuneração superior e não recebem nada por isso. "O passivo trabalhista que está sendo gerado por todas as ilegalidades cometidas pela diretoria do BB compromete seriamente o futuro da empresa e conseqüen-temente de seus funcionários", diz Rafael Zanon, diretor do Sindicato.
51% dos entrevistados dos prédios afirmaram ter problemas com desvio de função, enquanto nas agências o índice ficou em 76%. É o que relevou a pesquisa rea-lizada pelo Sindicato para avaliar as condições de trabalho.
E o BB se afasta cada vez mais de sua vocação
Grande parte do lucro do BB foi obtido com aumento nos empréstimos para compra de veículos e operações de cartão de crédito, enquanto o lucro com investimento em agricultura só cresceu 7%. As metas abusivas também contribuíram e muito para o aumento desse lucro. E a maioria das agências não alcançou as metas. "Isso prova que são praticamente inatingíveis e produzidas com pouca ou nenhuma discussão entre os funcionários que estão realizando o cumprimento dessas", completa Rafael Zanon.
E o assédio moral continua
Com todo esse quadro de pressão por resultados fictícios, abusos corriqueiramente são cons-tatados para a tentativa da busca desses números. Segundo a pesquisa realizada pelo sindicato, 40% dos funcionários comissionados são constantemente ameaçados. A falta de funcionários sobrecarrega os que estão na ativa.
71% dos funcionários de agências apresentaram sintomas de estresse. Na direção geral esse índice fica em 67%.
Com todos esses presentinhos para seus funcionários, o BB se encontra num caminho nebuloso.
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