

A taxa de desemprego no Distrito Federal continua aumentando pelo quinto mês seguido. Dos 19,3% registrados em janeiro saltou para 20,0% em fevereiro, o que representa um total estimado em 322 mil brasilienses desempregados, 10 mil pessoas a mais em relação ao mês anterior. Os dados do Dieese comprovam que a crise econômica do governo ilegítimo de Temer está provocando impactos profundos no mercado de trabalho.
De acordo com a pesquisa, esse resultado (o pior já registrado em um mês de fevereiro desde o início da série histórica, em 2003) decorreu da redução do nível de ocupação (eliminação de 15 mil postos de trabalho).
Em 12 meses (fev/2016 e fev/2017), a taxa de desemprego total aumentou, ao passar de 16,3% para 20,0%. Neste período, o contingente de desempregados aumentou em 77 mil pessoas, resultado do crescimento insuficiente do nível de ocupação (2,1%, ou 26 mil postos de trabalho) para absorver o aumento da População Ativa – PEA (6,8, ou 103 mil pessoas).
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o rendimento médio real decresceu entre ocupados (-6,2%) e praticamente não se alterou entre os assalariados (0,1%). Para os trabalhadores autônomos, o rendimento médio real reduziu-se (-3,6%).
País tem maior taxa de desocupação desde 2012
No Brasil, a situação não é diferente. A taxa de desemprego subiu para 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, alta de 1,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior, sendo a maior taxa de desocupação de toda a série histórica da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) desde 2012.
Neste período (dez/2016 a fev/2017), a população desocupada chegou a 13,5 milhões de trabalhadores brasileiros, com alta de 11,7%, ou seja, mais de 1,4 milhão de pessoas quando comparada ao trimestre encerrado em novembro de 2016. Na comparação com igual trimestre de 2016, a alta foi de 3,2 milhões no número de desempregados no país.
Segundo o IBGE, a menor desocupação foi registrada no trimestre encerrado em fevereiro de 2014, quando havia 6,6 milhões de desempregados, ou seja, esse número mais que dobrou em três anos.
A população ocupada também bateu recorde – é o menor da série história da pesquisa. No trimestre encerrado em fevereiro, eram 89,3 milhões de pessoas no mercado de trabalho. O recuo se deu tanto em relação ao trimestre terminado em novembro de 2016 (-1%, ou 864 mil a menos) como ao mesmo trimestre do ano passado (-2%, ou 1,8 milhão a menos).
Carteira assinada
No período de um ano, o mercado de trabalho perdeu 1,134 milhão de vagas com carteira assinada. No trimestre encerrado em fevereiro deste ano apontou 33,7 milhões de pessoas registradas no país, o que representa um recuo ao se comparar com o trimestre encerrado em novembro de 2016. Ou seja, 337 mil registros em carteira a menos no período.
No trimestre encerrado em fevereiro de 2017, a categorias dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, que atualmente soma 10,3 milhões de pessoas, ficou estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 5,5% (ou mais 531 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2016.
O número de trabalhadores por conta própria, que hoje soma 22,2 milhões de pessoas, ficou estável na comparação com o trimestre anterior e recuou 4,8%, ou 1,1 mil pessoas a menos em relação ao mesmo trimestre de 2016.
Queda nas vagas formais
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o Brasil perdeu 63.624 vagas formais de emprego em março deste ano. No trimestre, o país registra fechamento líquido de 64.378 empregos. Em março de 2016, a retração foi de 118 mil postos de trabalho.
Este número ficou abaixo da mediana das previsões, que indicava abertura de 9.954 pontos no mês passado, sendo considerado o pior que o intervalo de estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
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