Banco do Brasil

23 de Maio de 2007 às 17:31

Deputados pedem suspensão do pacote; BB ignora

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Em audiência pública realizada nesta quarta-feira 23 na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Banco do Brasil, além de parlamentares discutiram, por quase três horas, o plano de reestruturação do BB, também conhecido como “pacotão de maldades”, que provocará demissões, fechamento de unidades e aumento da terceirização. O plano foi divulgado em 7 de maio último.

Da esquerda para a direita: Milton Rezende, deputado Nelson Marquezelli, presidente da Comissão de Trabalho, Juberlei Barcelo, representante da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul, e Marcel Barros. Foto 2: Juraci Masiero, diretor de Gestão de Pessoas do BB, Nelson Marquezelli, Glauco Lima e Pedro de Sousa, gerente de Divisão da Unidade de Suporte Operacional do BB

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira 23 na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Banco do Brasil, além de parlamentares discutiram, por quase três horas, o plano de reestruturação do BB, também conhecido como “pacotão de maldades”, que provocará demissões, fechamento de unidades e aumento da terceirização. O plano foi divulgado em 7 de maio último.

Os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB-BA) e Tarcísio Zimmermann (PT-RS) – que solicitaram a audiência em conjunto com os deputados Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Pepe Vargas (PT-RS) –, pediram a suspensão do pacote até que a direção do BB participe de seminário que debata o papel dos bancos estatais.

Os representantes da Contraf-CUT propuseram aos deputados a convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que ele detalhe qual é o papel que a União espera dos bancos públicos federais.

Os deputados aceitaram as sugestões dos sindicalistas e disseram que vão elaborar requerimento solicitando apoio das Comissões de Finanças e Tributação; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e Agricultura e Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para a realização do seminário. Os parlamentares também vão se reunir para discutir a convocação de Mantega.

Ao lembrar que o governo do presidente Lula quer gerar emprego e desenvolvimento para o país, Milton dos Santos Rezende, representante da Contraf-CUT, disse que a direção do BB só aceitou negociar com o movimento sindical após manifestações em todos os Estados e denúncia da CUT, da Contraf, do Sindicato e da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no último dia 10 de maio. “Em virtude dos impactos negativos provocados pelo pacote, sugerimos que o banco suspenda a reestruturação e que participe de um amplo debate nacional sobre o papel dos bancos públicos”.

Daniel Almeida disse que ficou ainda mais preocupado com a reestruturação no BB após o diretor de Estratégia e Organização do banco, Glauco Lima, ter admitido que o pacote é uma continuação do plano de reestruturação do BB, lançado em 1994, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Marcel Barros, destacou que a extinção de 4.284 caixas e 602 postos de trabalho nas agências de todo o país é um pontos negativos do pacote com efeito a curto prazo. “Tentamos desconstruir o discurso do banco mostrando que o pacote vai piorar o atendimento nas agências, mas os representantes do banco alegaram que as medidas vão manter o BB na liderança do mercado”.

Diretores dizem que BB deve competir com privados

Mesmo com todos os argumentos do movimento sindical de que o plano de reestruturação provocará demissões, fechamento de unidades e aumento da terceirização, os diretores do BB insistiram que o banco deve “buscar eficiência operacional” para competir com os bancos privados.

Também presente à audiência, Rodrigo Britto, presidente eleito do Sindicato, disse que os representantes do banco foram contraditórios. “Eles [Juraci Masiero, Glauco Lima e Pedro de Sousa] admitiram que o BB é líder em diversos segmentos, mas que o plano de reestruturação é necessário para garantir a rentabilidade da instituição. Se o banco vai bem, nada mais justo que premiar o funcionalismo pelo esforço e dedicação. Em vez disso, o BB corta custos administrativos, centraliza atividades, reduz 601 postos de trabalho, incentiva à demissão voluntária, antecipa aposentadorias e terceiriza mão-de-obra.”

De acordo com Marcel Barros, o plano de reestruturação vai prejudicar, além dos bancários, os clientes de baixa renda. "Quem ganha menos R$ 2 mil não será mais bem-vindo ao Banco do Brasil". Na visão de Barros, o pacote vai fraudar o direito dos trabalhadores. “Enquanto os caixas-executivos trabalham seis horas por dia, o assistente de negócios trabalhará oito. É uma fraude à jornada de trabalho”, completa.

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