Segundo o Valor apurou, a demanda por pessoas físicas surpreendeu e teria representado um terço da oferta, ou seja, quase R$ 700 milhões. O mercado esperava baixa adesão dos pequenos investidores, em função da falta de incentivos para a compra dos papéis, como o uso do FGTS.
Nos grandes investidores, como os fundos de investimento e de pensão, a tendência é que haja rateio. Segundo uma fonte do mercado, eles devem receber em torno de 70% da quantidade de papéis que pediram. Já nas pessoas físicas, a idéia é atender a todos os pedidos, sem rateio.
Assim como ocorreu com as ofertas de ações dos últimos meses, os investidores estrangeiros também foram a maioria na operação do BB. Cerca de 70% da demanda veio do exterior (Europa e Estados Unidos).
Um lote complementar, de 6,8 milhões de papéis do banco, deve ser vendido. Já um outro lote extra, de mais 9 milhões de papéis, citado no prospecto preliminar, não deve ser ofertado.
Após a operação, a quantidade de ações do BB no mercado ficará em 12,5%. Esse percentual deve chegar a 15% na sexta-feira, com o fim do período de conversão dos bônus de subscrição da série "B" em ações ordinárias do Banco do Brasil.
Com o término da operação, a participação acionária da Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB, que era de 13,9%, passou para 12%. Já o BNDESPar, o braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reduziu sua fatia no banco de 5,7% para 3,4%. O Tesouro Nacional, que não vendeu papéis, continua detendo 72,1% do capital do banco. Além da Previ e da BNDESPar, o outro vendedor das ações foi o próprio BB, com os papéis que tinha em tesouraria. Com a operação, o banco zerou a quantidade de suas próprias ações em tesouraria.
Ontem, as ações do Banco do Brasil B movimentaram R$ 83,2 milhões, o maior volume já negociado pelo banco estatal na Bovespa. Em média, o volume de negócios dos papéis do Banco do Brasil era de R$ 15 milhões. Os papéis fecharam em R$ 45,90, mesmo nível do dia anterior. Na oferta de ações, saíram a R$ 43,50, um desconto de 5% em relação ao fechamento do dia, mas longe da máxima do papel no ano, de R$ 67.
O Valor procurou o BB e o BB Investimentos, o banco que coordenou a operação, mas ambos não quiseram comentar a venda de ações, por causa do período de silêncio imposto pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia autorizou a realização da oferta de ações na noite de anteontem. (Altamiro Silva Júnior)
Valor Econômico
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