
A greve e as conquistas da Campanha Nacional 2012 foram o tema da reunião dos delegados sindicais do Banco do Brasil nesta terça-feira 16, na sede do Sindicato. Os avanços da Convenção Coletiva de Trabalho e do acordo específico do BB foram detalhados e os debates do encontro focaram a continuidade da mobilização e a luta permanente. Os bancários de Brasília ainda declararam apoio às lutas dos trabalhadores europeus que estão vendo seus direitos serem ameaçados.
“Com a unidade da categoria, desde 2004 temos conquistado aumento real. Nada foi conseguido de graça e tudo no que avançamos é fruto do trabalho contínuo de muitos, e os delegados sindicais são fundamentais nesse processo. Contamos com a participação de todos para continuarmos na luta”, frisou Eduardo Araújo, diretor do Sindicato.
“O Sindicato é um espaço democrático e transparente, disponível para diálogo e debate com a categoria. Esses momentos são essenciais para a construção de estratégias de mobilização”, completa o diretor do Sindicato Jeferson Meira.
Os delegados também foram lembrados de que a assessoria jurídica do Sindicato entrará com um novo protesto de interrupção de prescrição em novembro. O ajuizamento do protesto de interrupção de prescrição das horas extras valerá para todos os bancários sindicalizados que não estejam em nenhum dos protestos anteriores.
O instrumento jurídico interrompe a contagem do tempo em que caduca o direito, possibilitando assim o pedido de mais de cinco anos de horas extras. Esse protesto deve ser utilizado quando o bancário ingressa com ação de 7ª e 8ª horas.
Repúdio a posturas antissindicais
Durante o encontro, vários delegados denunciaram posturas antissindicais contra bancários que participaram da greve. Delegados sindicais também estão sendo vítimas de retaliação de gestores por terem participado da paralisação e há denúncias de imposição de dificuldades na liberação desses representantes dos trabalhadores para participação nas atividades convocadas pelo Sindicato.
O movimento sindical repudia a postura desses gestores e tomará as providências cabíveis para as denúncias recebidas na reunião desta terça-feira.
“Lembramos também que a questão da reposição dos dias parados deve seguir o que está previsto na Convenção Coletiva de Trabalho, de que o BB é signatário. Listas, tabelas e outros artifícios não podem ser usados pelos gestores como forma de coação. Qualquer problema nesse sentido deve ser denunciado ao Sindicato. Nossas orientações estão claras nos nossos boletins”, afirma o diretor do Sindicato Wadson Boaventura.
A compensação deve ser feita de acordo com a necessidade do serviço e a disponibilidade do trabalhador. As horas devem ser compensadas até o dia 15 de dezembro. As que eventualmente não forem repostas até a data limite serão abonadas.
Jornada de 6 horas
A proposta do Banco do Brasil de implementação de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para pagamento de indenizações relativas às 7ª e 8ª horas também foi tema de debate na reunião. O banco apresentou a proposta na última rodada de negociação com os sindicatos, em setembro, mas ainda não divulgou o novo plano de comissões de 6 horas nem os valores que serão pagos na CCV.
A CCV só pode ser instalada se for aprovada em assembleia da categoria e o Sindicato fará a convocação após a divulgação da proposta pelo BB.
“Faremos a assembleia depois que o banco divulgar mais dados sobre a proposta de 6 horas que se comprometeu a apresentar até janeiro de 2013”, informa Rafael Zanon, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Luta contra o assédio moral
Diretores do Sindicato destacaram ainda que os funcionários do Banco do Brasil têm mais uma ferramenta contra o assédio moral, conquistada no último acordo. O banco aderiu ao Protocolo para Prevenção de Conflitos da Convenção Coletiva assinado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), definindo como canal específico a Diref (Diretoria de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas), para encaminhamento das denúncias recebidas pelos sindicatos.
As denúncias podem ser feitas pelo sítio do Sindicato. A identidade dos bancários será mantida sob sigilo.
Veja as principais sugestões, orientações e denúncias encaminhadas na reunião:
• Apoio jurídico aos bancários oferecido pela assessoria especializada do Sindicato para orientar detalhadamente sobre as propostas que serão expostas na Comissão de Conciliação Voluntária, caso o instrumento seja aprovado em assembleia;
• Denúncias de práticas antissindicais no Centro de Suporte Operacional do Setor de Indústrias e Abastecimento (CSO-SIA);
• Denúncias de problemas no GSV do CSO;
• Divulgação da tramitação dos projetos sobre isonomia que estão na Câmara Federal e no Senado;
• Denúncias de dependências que estão funcionando sem vigilantes;
• Cobrança de agilidade para implementação do plano odontológico na Cassi;
• Investigação das fraudes na jornada de trabalho de bancários que furaram greve e trabalharam 5 horas durante o período;
• Cobrança de critérios claros e transparentes para comissionamentos, processos seletivos e descomissionamentos;
• Denúncias na Tecnologia de repressão contra grevistas;
• Continuidade da luta contra os problemas das Plataformas de Suporte Operacional (PSOs);
• Denúncias de correspondentes bancários que ainda estão trabalhando nas agências e praticando as mesmas atividades dos bancários. Há correspondentes que inclusive trabalham na matrícula de bancários;
• Denúncia de sobrecarga de trabalho para os caixas;
• Denúncias de trabalho via matrícula remota durante a greve (VPN);
• Denúncias de suspensão dos comissionamentos por tempo indeterminado no BB;
• Sugestão de produção de uma cartilha para comportamentos adequados dos trabalhadores nos comitês de esclarecimento;
• Moção de repúdio a invasão da Polícia Militar ao Sindicato dos Bancários de São Paulo;
• Produção de material com a cronologia de conquistas dos bancários, que tiveram o auxílio do Sindicato dos Bancários de Brasília.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
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