O Banco do Brasil convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 26 deste mês, quando será votada a nova composição do Conselho de Administração da empresa. Foram indicados seis novos representantes do mercado financeiro para o colegiado, reforçando o direcionamento privatista e neoliberal que o governo está adotando para o Banco do Brasil.
Os indicados são ligados a outras instituições financeiras privadas e fintechs, gerando também conflito de interesses, prejudicando a instituição pública.
Para o Sindicato, é preocupante a presença de tantos agentes de mercado, representantes da concorrência, no conselho. Eles estarão de posse de informações estratégicas que poderão ser utilizadas em prejuízo do BB.
Indicados do governo representam o mercado financeiro privado
A proposta do governo é eleger Guilherme Horn (Accenture), Luiz Fernando Figueiredo (Mauá Capital), Luiz Serafim Spinola Santos (UBS Capital e Bank of Boston), Marcelo Serfaty (G5 Partners, Pactual, Fiducia Asset), Ricardo Reisen de Pinho (Oi e Petrobras) e Waldery Rodrigues Junior (Secretário da Fazenda do Ministério da Economia).
Guilherme Horn é conselheiro de outras fintechs que concorrem diretamente com o BB. A Accenture, da qual ele faz parte, foi contratada pelo banco para fazer o diagnóstico da Cassi. Entre as sugestões apontadas pela consultoria estava a criação de duas diretorias com ocupação por agentes do mercado de saúde.
Waldery Rodrigues já sinalizou que a intenção do governo é abrir mais espaço para a atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais.
Saída do Novo Mercado está na pauta
O novo estatuto prevê o fechamento de capital, alienação do controle acionário e saída do Novo Mercado, segmento que determina regras societárias e amplia direitos dos acionistas, além da divulgação de políticas e existência de estruturas de fiscalização e controle.
Enquanto as empresas se esforçam para fazer parte do Novo Mercado, considerado o que há de melhor nos termos de governança e transparência, o BB quer a sua saída.
"Qual seria o motivo dessa proposta? A quem interessa tirar o BB do Novo Mercado? Certamente àqueles que querem fazer negócios escusos e esconder informações. O governo sabe que a população é contra a privatização e estando no novo mercado o BB tem que trazer transparência nos seus atos. Diminuindo a transparência, os privatistas esperam acelerar a venda e dificultar o acesso a informação visando encobrir possíveis atos lesivos," destaca Kleytton Morais, diretor do Sindicato e funcionário do BB.
Débora Fonseca, eleita pelos funcionários, toma posse e vai lutar contra a privatização
Também tomará posse no Conselho de Administração do BB a funcionária Débora Fonseca, eleita pelos trabalhadores.
Sendo a voz dos bancários, Débora se elegeu com a pauta contra a privatização e o sucateamento da empresa, e terá uma árdua batalha pela frente, num conselho com maioria de representantes do governo.
O Sindicato dos Bancários de Brasília e os funcionários do BB estarão com Débora nessa luta.
Da Redação
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