Bancários do Itaú Unibanco e do Santander ameaçam entrar em greve até o fim deste mês. O anúncio foi feito ontem, um dia depois de audiência de conciliação no Ministério do Trabalho entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), o Sindicato dos Bancários de Brasília e o representante da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostolico.
Os sindicalistas alegam que, após duas horas de intensos debates, foi rejeitado o acordo de manutenção do emprego, apesar de milhares de demissões imotivadas e da prática de rotatividade levada a cabo pelos bancos, nos últimos anos. “Se Itaú e Santander continuarem demitindo, iniciaremos paralisações relâmpagos e até uma greve por tempo indeterminado”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários, Eduardo Araújo.
Araújo quer que a Confederação convoque os sindicatos de todo o país e defenda “uma greve nacional para forçar os bancos a negociar compromissos de emprego, fim da rotatividade, reversão das terceirizações e melhores condições de trabalho”. O presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, anunciou a paralisação como “quase certa”, em resposta à falta de flexibilidade dos patrões.
Como exemplo, Cordeiro citou que Manoel Messias, secretário do Ministério do Trabalho, mostrou-se preocupado com a queda na geração de emprego e propôs criar uma mesa permanente de negociação do setor bancário. Os bancos, porém, não aceitaram, assim como recusaram garantir o acesso às informações mensais do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) aos bancários.
Outro lado
Itaú Unibanco e Santander informaram que cabe à Fenaban negociar com os trabalhadores. Em nota, a Fenaban alegou que as instituições e a representação dos bancários têm a mesa de negociação mais complexa do país. “Não é necessário um fórum alternativo para tratar de questões envolvendo a categoria, que são discutidas por ocasião da data-base, de abrangência nacional”, disse a entidade.
No entender de Magnus Apostolico, diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, não houve recusa na divulgação dos dados do Caged. “Os mesmos são encaminhados, mas não de forma individualizada. Isso ocorre há anos. Nós negociamos com o todo e não de forma particularizada”, pontuou a Fenaban. Sobre a possibilidade de greve, a entidade informou que só vai se manifestar hoje. O Santander admitiu ter cortado 955 empregos em dezembro de 2012. Já o Itaú dispensou 7.831 funcionários entre janeiro e setembro do ano passado.
Fonte: Correio Braziliense
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