Em assembleia geral realizada nessa terça (24), cerca de 2.500 trabalhadores terceirizados que atuam nos serviços de limpeza, portaria, vigilância e outros serviços na Universidade de Brasília (UnB) decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado. O protesto, que foi seguido também pelos servidores da instituição, é uma contraposição ao corte de orçamento que ameaça trabalhadores e precariza serviços essenciais à educação.
Professores e estudantes avaliam adesão ao movimento nesta quinta (26). No mesmo dia, os universitários, que ocupam a reitoria da UnB programaram um ato público na Esplanada dos Ministérios em frente à sede do Ministério da Educação (MEC), que se recusa a enviar representantes para debate sobre a situação da universidade – com um déficit da ordem de R$ 93 milhões nas contas deste ano, em razão da redução de verbas por parte do governo.
Sindiserviços-DF não admite demissões
Segundo o diretor do Sindiserviços-DF ─ sindicato que representa a categoria ─ Antonio de Pádua, “a direção da entidade não admitirá mais demissões no já precário e explorado quadro de trabalhadores terceirizados na UnB”.
Para o sindicalista, a suposta crise que prejudica todo o conjunto da sociedade está sendo imposta pelo governo golpista, que tenta a todo custo sucatear o ensino público universitário, somente para beneficiar o ensino pago.
Para impedir, o que considera ser uma tremenda irresponsabilidade com a educação brasileira, Pádua disse que o Sindiserviços-DF tem denuncia formalizada no ano passado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), e intensificará a luta em defesa dos trabalhadores.
O diretor esclarece também que foram realizadas várias audiências públicas coordenadas pelos procuradores do trabalho, que contaram com a participação de diretores da UnB e de representantes das empresas prestadoras de serviços. Porém, poucos foram os avanços observados.
Investimentos congelados
A principal questão referente às dificuldades da UnB – também presentes em outras instituições públicas – é a Emenda Constitucional 95 que estabeleceu um teto para gastos públicos por período de 20 anos.
A nefasta medida do governo golpista também impede que a UnB utilize cerca de R$ 168 milhões que estão bloqueados pelo Tesouro Nacional. Esse valor é rendimento próprio oriundo de alugueis, verbas de pesquisas e emendas parlamentares.
Fonte: CUT Brasília com informações do Sindserviços e RBA
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