Decreto assinado nesta quarta-feira 19 pela presidenta Dilma Roussef  altera a composição do Conselho de Administração do Banco do Brasil de  forma a permitir a eleição de um representante do funcionalismo para a  mais importante instância decisória da instituição financeira federal. O  processo eleitoral precisa ainda ser convocado por um edital  específico. 
 
 Os trabalhadores do BB já tiveram um representante no Conselho de  Administração no período entre 1993 e 2001, conhecido como Garef  (Gabinete do Representante dos Funcionários). A representação foi  extinta pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
 
 Desde então o funcionalismo vinha reivindicando a retomada do direito de  eleger um representante para o Conselho. Em 2010, o ex-presidente Luiz  Inácio Lula da Silva sancionou projeto de lei, de iniciativa do Poder  Executivo, garantindo a participação dos trabalhadores junto aos  conselhos de administração das empresas públicas e sociedades de  economia mista. 
 
 Veja aqui a Lei 12.353, assinada pelo ex-presidente Lula.
 
 O novo decreto (nº 7.864), publicado no Diário Oficial desta  quinta-feira 20, estabelece que o representante dos funcionários do BB  será "escolhido pelo voto direto de seus pares dentre os empregados  ativos, em eleição organizada pelo Banco do Brasil em conjunto com as  entidades sindicais que os representam". 
 
 Veja aqui o decreto da presidenta Dilma, que também assinado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
 
 O decreto proíbe a participação do representante eleito na eleição do  presidente e do vice-presidente do Conselho de Administração, mas não  faz nenhum outro tipo de restrição. 
 
 Participação de dirigentes sindicais
 
 A Contraf-CUT já alertou a Secretaria-Geral da Presidência da República,  em reunião realizada dia 14 de novembro, para o risco de o BB  desvirtuar o objetivo do decreto que regulamenta a eleição de  representante do funcionalismo. 
 
 "O banco tem classificado os bancários eleitos, 'liberados' para  atividades sindicais, como se fossem 'cedidos' para órgãos do governo ou  empresas diversas. Com isso, o BB quer impedir a participação dos  dirigentes sindicais na eleição para o Conselho de Administração,  repetindo o que já fez em 2010 na eleição para os comitês estaduais de  ética", alerta William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT e  coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. 
 
 "O Governo Federal, acionista majoritário do Banco do Brasil, precisa  encaminhar o fim desses atos discriminatórios e antissindicais na  empresa, preservando assim as boas práticas de gestão e o respeito para  com os trabalhadores", afirma a Contraf-CUT no ofício entregue ao  secretário-geral da Presidência, José Lopez Feijóo.
 
 O Conselho de Administração do BB, além do futuro representante do  funcionalismo, será composto ainda por dois representantes eleitos pelos  acionistas minoritários, por quatro representantes da União (sendo um  indicado pelo ministro do Planejamento e três pelo ministro da Fazenda) e  pelo presidente do Banco do Brasil.
 
Fonte: Contraf-CUT
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