Bancários, financiários e cooperativários debatem entre os dias 11 e 23, no Congresso do Sindicato dos Bancários de Brasília, a unidade dos trabalhadores do Ramo Financeiro. O objetivo do Congresso, dividido em três etapas, é organizar estratégias de mobilização e colaborar no processo de formação das minutas de reivindicações.

A primeira etapa, marcada para os dias 11, 12 e 19, consiste num Ciclo de Debates, composto de exposições, palestras, filmes e muita discussão sobre diversos temas relevantes para o Ramo, como adoecimento psíquico, terceirização, direitos trabalhistas e previdenciários. O Ciclo de Debates é aberto para participação de toda a comunidade com o objetivo de levar a discussão inerente às demandas dos trabalhadores para toda a sociedade brasiliense. Nesta fase não há necessidade de fazer inscrição para participar.

Nesta terça (19), os debates vão girar em torno de direitos trabalhistas e previdenciários. Será na sede do Sindicato, a partir das 18h (veja programação completa abaixo).

• Adoecimento psíquico causado pelo trabalho bancário é tema de livro lançado no Sindicato

• ‘A terceirização desmobiliza os trabalhadores e enfraquece o trabalho’

A segunda etapa, no dia 23, será uma plenária geral dos trabalhadores do Ramo Financeiro do Distrito Federal. Nesta fase, as categorias realizarão uma análise de conjuntura econômica, política e definirão suas estratégias de lutas e prioridades a serem levadas para as mesas de negociações. Na plenária apenas poderão participar como delegados do Congresso os trabalhadores do Ramo Financeiro associados ao Sindicato dos Bancários de Brasília. Os demais interessados em acompanhar os debates podem participar como observadores. As inscrições poderão ser realizadas até as 20h do próximo dia 21.

• Ficha de inscrição online (sindicalizados)
• Ficha de inscrição online (não sindicalizados)

A terceira e última etapa, que também ocorrerá no dia 23, será a assembleia geral dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. A assembleia possui como umas de suas finalidades ratificar as decisões da plenária e debater o desconto assistencial. Podem participar da assembleia, que será realizada após o encerramento da plenária, com direito a voz e voto, todos os trabalhadores do Ramo Financeiro do Distrito Federal, sindicalizados ou não.

Construindo a unidade do Ramo Financeiro

A categoria bancária no Brasil, desde o início do século passado, possui uma tradição de lutas, organização e conquistas que serve de exemplo para vários outros movimentos sociais no mundo. Com uma história de conquistas até 1964, perseguição durante a ditadura, retomada da organização sindical dentro da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 80 e resistência aos ataques neoliberais durante á década de 90, os bancários começaram um processo de construção da unidade do Ramo Financeiro no início do século XXI. Por isso, em 2006, os bancários de todo os país fundaram a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT).

Criada em janeiro de 2006, em uma assembléia ocorrida em Curitiba (PR), a Contraf-CUT já nasceu representativa e, dois meses depois, a nova entidade já estava com o devido registro sindical.

O objetivo da Contraf-CUT é atender a uma demanda das diversas categorias envolvidas em atividades do sistema financeiro. Muitas delas permanecem à margem da Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, embora realizem serviços contratados por empresas que fazem parte das holdings controladas por bancos.

Entre esses profissionais, além de bancários, financiários e cooperativários, encontram-se promotores de vendas, securitários, especialistas em tecnologia da informação, funcionários de bolsas de valores, entre outros. Estima-se que essas categorias ultrapassem um milhão de empregados, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad), realizada em 2004.

Um dos objetivos da criação da entidade é incluir no debate e nas negociações sindicais todos os trabalhadores que fazem parte do processo de intermediação financeira com o intuito de equiparar seus direitos e ampliar suas conquistas.

A pulverização dos trabalhadores brasileiros em cerca de 18 mil sindicatos nos últimos anos tornou obsoleta a organização por categoria profissional, uma vez que eles se relacionam por ramo de atividade e estão envolvidos no mesmo processo.

Além de nascer orgânica à CUT, a Confederação ainda cumpre uma das principais estratégias da Central, que é a ampliação da representação dos trabalhadores.

Confira a programação dos dias 19 e 23:

18h – Recepção

19h – Abertura e composição da mesa

19h10 – Paulo Roberto Alves – assessor jurídico do Sindicato dos Bancários de Brasília, coordenador da área trabalhista da Crivelli Advogados e bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pelotas.

19h50 – Luis Antonio Castagna Maia – mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), é consultor jurídico de Saúde do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Assistidos do Sistema Petrobrás e Petros (Fenaspe), entre outras entidades.

20h30 – Plínio Pavão - secretário de Saúde da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), membro do GT Saúde da Caixa e empregado da Caixa Econômica Federal.

Dia 23 – Plenária geral do Ramo Financeiro

8h – Café da Manhã

9h – Abertura

9h30 – Regimento Interno

10h – Análise de Conjuntura e Debate

Sérgio Mendonça - diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e economista formado pela Universidade de São Paulo (USP).

Ladislau Dowbor - conselheiro do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor). É formado em economia política pela Universidade de Lausanne (Suíça), doutor em ciências econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia (Polônia).

11h30 – Grupos de Trabalho:

Bancários - CCT e Conferência Nacional dos Bancários

Financiários - Campanha Nacional dos Financiários e construção da unidade da categoria

Cooperativários - Acordos específicos e construção da unidade nacional

13h – Assembléia Geral dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Distrito Federal

Da Redação