A falta de funcionários, a sobrecarga de serviços, as metas abusivas, o assédio moral e a insegurança estão agravando os problemas de saúde dos trabalhadores do Santander. Vários colegas estão tomando remédios de tarja preta. Outros estão adoecendo e vários se encontram afastados do trabalho. Os trabalhadores não aguentam mais essa situação de descaso do banco.
O diagnóstico foi feito na quinta-feira (25) por dirigentes da Contraf-CUT, federações e sindicatos, incluindo o de Brasília, durante o Fórum de Saúde e Condições de Trabalho do Santander, em São Paulo. Trata-se de um espaço de debates, previsto na cláusula 24ª do acordo aditivo à convenção coletiva. Também participou o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale.
"Mostramos aos representantes do Santander a necessidade de acabar com as condições precárias de trabalho, sobretudo na rede de agências, e agora esperamos que o banco traga soluções que atendam as reivindicações dos bancários na reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), que ocorre nesta segunda-feira (29)", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Condições de trabalho
Os representantes dos trabalhadores discutiram as propostas de saúde e condições de trabalho que constam na pauta específica de reivindicações, aprovada no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, realizado nos dias 4 e 5 de junho, em São Paulo.
As condições de trabalho no banco são assustadoras, pioram e se deterioram dia a dia. No ano passado, houve corte de 572 postos de trabalho. No primeiro semestre deste ano, segundo informações enviadas pela maioria dos sindicatos para a Contraf-CUT, o banco demitiu 2.604 funcionários, dos quais 1.820 sem justa causa.
Foi denunciada a prática do assédio moral para o atingimento das metas abusivas.
Outros assuntos
Também foram assuntos da negociação a proposta de manutenção dos planos de saúde na aposentadoria, a unificação da gestão dos planos de saúde, um programa de reabilitação e o funcionamento das CIPAs.
Os dirigentes sindicais também denunciaram a exposição do ranking individual dos funcionários. Apesar de proibido pela convenção coletiva, o ranqueamento continua sendo feito em várias regiões, como em Araçatuba (SP) e Brasília.
O banco ficou de analisar as reivindicações dos bancários.
“Queremos discutir todas as reivindicações dos bancários durante as rodadas de negociações. Caso não seja possível, realizaremos atos e atividades em todo o país, incluindo Brasília, para denunciar a postura do Santander”, afirmou a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby, que também é bancária do Santander.
Comitê de Relações Trabalhistas
Nesta segunda (29), às 14h, ocorre nova reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), em São Paulo. Estará em discussão a pauta específica de reivindicações, aprovada no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais.
Da Redação, com informações da Contraf-CUT