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4 de Dezembro de 2025 às 14:16

Comissão de Anistia reconhece perseguidos pela ditadura

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Rita Maria, relatora dos processos, Reinaldo Lima e Pedro César

No último dia 2, uma turma da Comissão de Anistia julgou 20 processos de perseguidos pela ditadura, reafirmando o compromisso com a memória, a verdade e a justiça, em continuidade à justiça de transição no Brasil.

O perseguido mais proeminente que teve seu processo julgado foi Reinaldo Lima, o Rei, jogador do Atlético, figura icônica no futebol brasileiro. Reinaldo enfrentou inúmeras dificuldades em sua vida profissional por comemorar seus gols levantando o punho cerrado, movimento que resgatava os Panteras Negras, o que fez com que não fosse convocado para a Copa do Mundo de 1982. Seu processo teve aprovação unânime pelos conselheiros ao reconhecê-lo como anistiado. “A violência da ditadura deixou marcas profundas e duradouras, mesmo que a gente não veja", afirmou Reinaldo.

Outro processo julgado foi o de Pedro César Batista, jornalista do Sindicato dos Bancários de Brasília. Batista foi perseguido e sofreu prisões entre 1979 e 1988, no Estado do Pará, devido à sua militância política contra a ditadura, quando atuava no movimento estudantil e na luta camponesa. Inclusive, teve o irmão, o deputado João Batista, assassinado em um conluio entre policiais e o latifúndio. A concessão de anistia política para Pedro também foi unânime.

No momento de comunicar a decisão aos anistiados, a presidente da Comissão, Ana Maria Lima de Oliveira, afirmava publicamente, após nominar o anistiado, que “a Comissão de Anistia, pelos poderes que lhe são conferidos, o declara anistiado político e, em nome do Estado brasileiro, lhe pede desculpas por todas as atrocidades praticadas pela ditadura de que foi vítima”. Esse reconhecimento público diretamente ao anistiado reafirma que não se pode esquecer o tempo de terror para que não se repita.

Presente na reunião da Comissão, a ministra de Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, afirmou que "a ditadura brasileira foi cruel, perversa e destruiu pessoas em todos os lugares, em todos os âmbitos da sociedade. É preciso lembrar que a memória é, antes de tudo, um projeto de justiça de transição que nos permita não incorrer novamente em erros dessa natureza, e sem essa Comissão não teríamos este trabalho que é tão relevante para a história do nosso país", destacou.

Da Redação

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