A Caixa Econômica Federal cancelou, na manhã desta terça-feira (7), a rodada de negociações que estava prevista para dar continuidade ao debate sobre o Saúde Caixa. O banco alegou que a paralisação das atividades em suas unidades por conta dos atos realizados pelos sindicatos em todo o país inviabilizaram o encontro. A justificativa, porém, foi considerada inaceitável pelas representações dos trabalhadores, que classificaram a decisão como um retrocesso no diálogo e um sinal de desrespeito com a categoria.
A reunião seria a quinta rodada de negociação entre a Caixa e as entidades sindicais e tinha como objetivo discutir uma nova proposta para o plano de saúde. O cancelamento ocorreu um dia após o banco apresentar, em mesa, uma proposta que aumentaria significativamente os custos para os trabalhadores: o percentual de contribuição passaria de 3,5% para 5,5%, e o valor pago por dependente subiria de R$ 480 para R$ 672. Além disso, o teto de contribuição poderia chegar a 12% da remuneração base, o que representaria um aumento médio de 71%.
A proposta foi recusada pelos representantes dos empregados, que reforçaram a necessidade de manter o reajuste zero. “A categoria não está disposta a pagar nenhum reajuste e nossa mobilização nos levará para uma greve, se a intransigência da Caixa nos levar a isso”, afirmou Antonio Abdan, dirigente do Sindicato e representante da Fetec-CUT/CN na mesa de negociação.
Para ele, o cancelamento da reunião mostra que o banco tenta enfraquecer o processo de negociação. “A Caixa precisa tratar o diálogo com responsabilidade. Usar a mobilização da categoria como desculpa é inadmissível. O que os trabalhadores estão fazendo é justamente defender o que é deles, um plano de saúde solidário que a própria Caixa tem o dever de preservar”.
O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Felipe Pacheco, também lamentou o episódio e reforçou a necessidade de retomada imediata das negociações. “Estamos abertos ao diálogo, mas não temos como levar adiante uma proposta que retira direitos e onera os empregados. Esperamos que o banco volte à mesa com uma proposta que valorize os trabalhadores”, declarou.
As entidades sindicais e representações da categoria reforçaram que as mobilizações continuarão até que a Caixa apresente um texto que atenda às reivindicações e garanta a sustentabilidade do plano sem aumento de custos para os empregados.
Victor Queiroz, com informações da Contraf-CUT
Colaboração para o Sindicato
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