Caixa Economica Federal

7 de Fevereiro de 2017 às 20:38

Caixa instala PDVE. Sindicato discorda e questiona programa

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Depois de muitos boatos e matérias na imprensa e na mídia, o agora Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) é realidade na Caixa. Empregados aposentados pelo INSS, aptos a se aposentarem até 30 de junho, trabalhadores com função incorporada ou a mais de 15 anos na Caixa são o público-alvo do programa.

Em virtude da falta de clareza e das circunstâncias em que a Caixa propõe, de forma unilateral o programa, o Sindicato cobra explicações da direção da empresa sobre o processo que, por exemplo, poderia aposentar aqueles que estão próximos da aposentadoria e não demiti-los.

Outra questão que o Sindicato exige esclarecimento diz respeito ao plano de saúde. De acordo com o comunicado enviado aos gestores, o Saúde Caixa será mantido por tempo indeterminado aos que se desligarem na condição de aptos à aposentadoria. Para os representantes dos trabalhadores, é necessário que a empresa estabeleça de fato se será vitalício, já que a cobertura pelo plano está indefinida. O Sindicato questiona, ainda, sobre o pagamento do auxílio alimentação.

“Mais uma vez a Caixa desrespeita quem a contrói e a mantém. Dessa vez, complicando algo que deveria ser simples: um Plano de Apoio à Aposentadoria. A Comunicação Interna deixa mais dúvidas do que esclarecimentos, tais como:

- por que não direcionar o comunicado a todos os empregados, mas apenas para os gestores?;

- por que sobrecarregar os gestores ainda mais, impondo-lhes a responsabilidade sobre as adesões nas equipes?;

- por que um programa de demissão e não de incentivo à aposentadoria?;

- por que quem já está aposentado ou vai se aposentar pelo INSS não vai sair como aposentado e sim como demitido a pedido?;

- por que o ‘alvo’ são os empregados que têm função incorporada?;

- por que o item sobre o Saúde Caixa não é claro?;

- por que não fala sobre os auxílios alimentação e refeição?;

- por que não fala em manter a contribuição da patrocinadora para quem não se aposentará pela Funcef?;

- por que tanta pressa nos prazos de adesão e desligamento, se ficou com o programa ‘debaixo do braço’ por tanto tempo?;

- se precisou pensar tanto, por que os empregados e empregadas não podem pensar?;

- quanto à sobrecarga de trabalho sobre os que ficarão, como será sanada? Com mais pressão e assédio?;

- por que não mostra planejar alguma reposição de postos de trabalho através de contratação? Quer iniciar um sucateamento na empresa ou é pela certeza de que os aprovados serão contratados por decisões judiciais?;

- como espera superar as 10 mil adesões? Acha que as pessoas não sabem fazer contas ou será pela pressão mesmo?;

- por que não apresentou o Plano à Comissão de Empregados na rodada de negociação, ocorrida há poucos dias?;

- por que o termo de adesão obriga o empregado a dar ‘plena e geral’ quitação de direitos à Caixa?

Ou a direção da empresa faz novo documento esclarecendo estes e outros pontos obscuros ou o silêncio valerá como admissão de que este programa é uma ‘pegadinha’ de mau gosto. Só um FAQ não serve, ao contrário, é ridículo”, declarou o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo, que também é empregado da Caixa.

Para o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Enilson da Silva, “a discordância pela forma com que o PDV está sendo instalado também gera preocupação àqueles que ainda não tem tempo de aposentadoria, lembrando que a orientação do Sindicato é de que estes não adiram ao Plano”.

Reposição de pessoal

Segundo Comunicação Interna publicada pela área de recursos humanos da Caixa, nesta segunda feira (6), o objetivo da direção da estatal é desligar até 10 mil empregados. Hoje, com os atuais 97 mil empregados, o que se visualiza nas agências da Caixa, principalmente nas regiões periféricas, é uma situação de caos. Filas imensas, poucos empregados para atender, precarização no atendimento e bancários acuados e adoecidos.

“Em 2014, a Caixa realizou um dos maiores concursos, com quase 1,2 milhão de inscritos. Mais de 30 mil candidatos foram aprovados no certame, porém, foram contratados menos de 8%. Por força de uma liminar o concurso ainda vale. O Sindicato entende que a Caixa pode repor os empregados que saírem com novas contratações”, afirma Antonio Abdan, diretor do Sindicato e empregado Caixa.

Assédio moral

O Sindicato se preocupa com o que aconteceu na década de 1990 e trabalha para que o fato não se repita. Na época, os empregados “elegíveis” para saírem da empresa eram pressionados pelas chefias e até mesmo pelos colegas a aderirem ao plano de demissão. Nesse sentido, o Sindicato exige que a Caixa garanta que fará todos os esforços para coibir tais atitudes.

“Queremos garantir que o caráter voluntário seja respeitado e, sobretudo, que não haja qualquer tipo de tratamento diferenciado para com os colegas que decidirem permanecer na Caixa. Vale lembrar: caso algum colega se sinta pressionado a aderir ao PDV, deve comunicar o Sindicato para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, alertou Abdan.

Assessoria jurídica

O Sindicato já acionou seu departamento jurídico para analisar as implicações do PDVE. Além disso, os advogados do Sindicato estarão à disposição dos empregados que tiverem dúvidas.

Joanna Alves 
Colaboração para o Seeb Brasília

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