O BRB voltou ao noticiário econômico após o recebimento de um ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitando esclarecimentos sobre uma operação bilionária com o banco Master, noticiada na coluna de Lauro Jardim, em O Globo, no último dia 12 de outubro. Segundo a reportagem, a operação teria sido realizada à margem de um veto do Banco Central, o que reacende o debate sobre a falta de transparência nas movimentações financeiras da instituição pública.
Em comunicado oficial divulgado à CVM, o BRB negou que tenha realizado qualquer operação irregular e afirmou que mantém o Banco Central “atualizado tempestivamente de todas as suas operações”. O banco também destacou que suas transações seguem o planejamento estratégico e os limites da Declaração de Apetite a Risco (RAS), documento interno que define o perfil e o nível de risco aceito pela instituição.
Apesar da nota, informações de bastidores indicam que o banco teria mantido compras do Master mesmo após os questionamentos do Banco Central, o que reforça a necessidade de maior escrutínio público e institucional sobre a natureza e a finalidade dessas movimentações.
O episódio ocorre em meio a um período de expansão agressiva do BRB, que nos últimos anos tem ampliado parcerias e operações de crédito, mas que também enfrenta críticas por falta de transparência, concentração de decisões e exposição a riscos. Para os trabalhadores e a sociedade, o debate é essencial: trata-se de um banco público, com papel social relevante, que precisa responder com clareza sobre como e com quem está investindo.
Especialistas ouvidos pelo movimento sindical reforçam que, em instituições financeiras públicas, a transparência deve ser a regra, e não a exceção. “O BRB precisa dar explicações claras, e não apenas comunicados formais. É dever de uma instituição pública garantir que suas decisões estejam alinhadas ao interesse coletivo, e não a operações questionáveis de mercado”, afirma uma fonte ouvida pela redação.
A postura do banco, que tem apostado em uma política de crescimento acelerado e diversificação de negócios, vem sendo acompanhada de perto pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, que defende uma gestão responsável e socialmente comprometida com o BRB, com foco na sustentabilidade, na valorização dos empregados e no respeito ao papel público da instituição.
Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato
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