O BRB Saúde, plano de saúde dos funcionários do BRB, constituído em 2001, apresenta desde 2009 déficit estrutural em sua composição de custeio. Isso acarreta, nos dias de hoje, uma diferença mensal de aproximadamente R$ 500 mil entre as despesas e as receitas, o que demonstra a necessidade de uma mudança na composição da arrecadação do BRB Saúde.
O problema decorre principalmente de um desajuste provocado pela alteração da composição societária das empresas Cartão BRB e Corretora de Seguros BRB. Isso porque o BRB Clube, sócio das empresas Cartão e Corretora, enviava ao BRB Saúde, todos os meses, 40% das despesas, propiciando durante muito tempo o equilíbrio das contas do plano de saúde e contribuindo ainda para a geração de um excedente que tem sido utilizado para cobrir essa diferença, pois, em um determinado momento, os 40% enviados eram maiores que as despesas, o que acarretava uma sobra.
Em 2009, por determinação de Ricardo Vieira, então presidente do BRB, houve uma alteração da composição acionária das empresas Cartão e Corretora, e como efeito colateral dessa mudança a receita mensal do BRB Clube caiu drasticamente, o que o impossibilitou de honrar o compromisso de remeter todos os meses os 40% equivalentes às despesas do plano de saúde.
A partir desse momento ficou claro que a arrecadação do BRB Saúde, com as contribuições dos associados e do banco, não eram suficientes para pagar todas as despesas, ou seja, evidenciou-se um déficit estrutural que era coberto pela contribuição do BRB Clube.
Desde então, o banco instituiu comissões visando a discutir formas de equacionar esse déficit. Porém, num primeiro momento não aceitou a participação do Sindicato.
Em 2010, o BRB enfim acatou a reivindicação de acolher participantes do Sindicato e da AFABRB no grupo de trabalho que busca uma solução para essa situação.
Com o desenvolvimento dos trabalhos, ficou demonstrado que o modelo de custeio da saúde apresenta distorções. Isto acontece na contribuição dos participantes (funcionários), fazendo com que os que ganham menos paguem mais. Ficou claro também que o banco não contribui na mesma proporção que deveria, de 1 para 1, de forma que hoje a contribuição do banco soma aproximadamente 30% das despesas totais do plano.
“O plano de saúde certamente constitui o principal benefício oferecido aos funcionários. Dessa forma é prudente e necessário que se faça o ajuste necessário para evitar a perda ou piora desse importante instrumento”, diz Cida Sousa, diretora do Sindicato.
“O equilíbrio do plano deve ser abraçado por todos, porém cabe àqueles que pagam menos, os funcionários de maior salário, e principalmente ao banco, contribuírem para isso”, acrescenta o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio. “A saúde dos funcionários é um elemento que agrega tranquilidade, o que reflete no desempenho. Dessa forma o banco deve vê-la como o principal benefício, e que deve contribuir substancialmente para isso”.
Da Redação
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