O BRB apresentou resultados positivos no segundo trimestre de 2025, segundo levantamento do Dieese elaborado a partir do balanço oficial do banco. O lucro líquido atingiu R$ 324 milhões no período, acumulando R$ 621 milhões no primeiro semestre, o que representa um avanço de 7% em relação ao mesmo período de 2024. A carteira de crédito cresceu 8,3% em doze meses, impulsionada principalmente pelas operações com pessoa física e pelos financiamentos habitacionais.

O patrimônio líquido do banco chegou a R$ 3,8 bilhões, enquanto os depósitos totais atingiram R$ 22,5 bilhões. O relatório destaca que o índice de inadimplência ficou em 2,5%, patamar controlado, mesmo diante do cenário de juros elevados e recuperação lenta da economia.

Embora os números indiquem solidez, o estudo chama a atenção para a necessidade de alinhar o crescimento financeiro do BRB ao seu papel social. Nos últimos anos, o banco reduziu linhas de crédito subsidiado para microempreendedores e habitação popular, além de encerrar patrocínios e programas voltados para esporte, cultura e agricultura familiar. Para o movimento sindical, resultados positivos devem se traduzir também em investimentos no atendimento, na valorização dos empregados e na expansão de produtos voltados ao desenvolvimento regional.

O Sindicato defende que o fortalecimento do BRB como banco público passa por garantir condições dignas de trabalho, concursos regulares para recompor o quadro e políticas que ampliem o acesso ao crédito e apoiem iniciativas sociais. O lucro deve servir para consolidar a missão do BRB, não apenas para atender interesses de mercado. É preciso reinvestir no banco, nos trabalhadores e na comunidade do Distrito Federal e entorno.

O desempenho do segundo trimestre confirma que o BRB possui capacidade de crescer de forma sustentável. Mas, para cumprir plenamente sua função social, o banco precisa seguir orientado por políticas que priorizem o interesse público, respeitem seus trabalhadores e ampliem a presença da instituição junto à população.