Sobre compensação de horas, conquistas da greve, responsabilidade e bom-senso
Dada a demora do banco em sentar para chegar efetivamente a uma redação final e assinar o acordo coletivo 2009/10, o Sindicato enviou hoje oficio ao presidente Ricardo Vieira solicitando agilidade.
Assinalamos a contradição entre a pressa do banco em cobrar compensação dos dias de greve, de modo parcialmente anômalo, e, até o momento, a falta de efetividade em implementar alguns dos pontos acordados, como, por exemplo, o aumento da isenção de tarifas para saques e transferências e a redução de juros, retroativos a 1º de setembro.
Para variar, o banco alega insuficiência operacional e ausência de instrumento formal, exatamente o acordo coletivo, por cuja assinatura o Sindicato vem insistindo desde o final da greve, no dia 9.
Em nosso entendimento, a compensação, a exemplo do ocorrido no BB (assinatura no dia 21), só deve ocorrer a partir da assinatura do acordo coletivo, e a geração de seus plenos efeitos.
Deve ser feita nos moldes mínimos da convenção coletiva com a Fenaban (assinatura no dia 19): compensação (e não desconto de modo nenhum) até 15 de dezembro, com até duas horas extras por dia útil, desconsiderando integralmente a contagem do dia parcialmente trabalhado durante a greve.
O banco, açodada e unilateralmente, tem buscado determinar a compensação, inclusive “inventando serviço”, como a “atualização de cadastro”. Independentemente de nos perguntarmos o porquê do alegado atraso - segundo o banco, trata-se de serviço ordinário e, portanto, deveria estar rotineiramente organizado -, queremos nos reportar à parcela dos gerentes, que tem exagerado na cobrança.
Lembramos a essa minoria que, como gestores, devem estar aptos a administrar pressões, preservando o bom clima do grupo. Todos compartilhamos das conquistas, correspondentes à soma de nossa força de mobilização.
Invocamos, a essa parcela de colegas gerentes, os próprios valores básicos da instituição: atuar com transparência e sensibilidade, servir com qualidade, conduta honesta, valorização dos colaboradores etc.
“O Sindicato reitera que a compensação, pelo exercício do direito de greve, que a todos beneficia, deve se pautar pelo bom senso, pela real necessidade do serviço e por um conceito amplo e efetivo de respeito e autorrespeito.”, diz Cida Sousa, diretora do Sindicato.
Sugerimos, por fim, aliado ao diálogo que buscamos estabelecer assim que nos chegam
as notícias acerca de possíveis exageros, que aqueles/as gerentes citados/as comuniquem ao banco da necessidade premente de redigir e assinar o acordo coletivo, para que gere plenos efeitos entre 01/09/09 e 31/08/10, além de reforçar junto às instâncias “superiores” o que é a real necessidade do serviço nos PA’s.
O Sindicato já manifestou, e reitera, que não aceitará do banco pressão pela compensação das horas que possa configurar um caráter punitivo, o que foge ao espírito
da boa fé negocial. Se a atualização dos cadastros, que, conforme o próprio banco, constitui um serviço banal, está em atraso, de quem é a efetiva responsabilidade, inclusive em nível de diretoria?
“A direção do banco deveria despender mais tempo em planejar e efetivamente mostrar que cumpre as suas metas, sobre as quais perguntamos por que não as conhecemos para além de declarações genéricas. Isso demonstraria maior amplitude de propósitos para quem se arroga ter chegado para instaurar um novo e grande BRB, que certamente deve ter objetivos mais elaborados do que tentar aproveitar de quem fez a greve para pôr em dia um serviço de rotina”, conclui Eustáquio Ribeiro, secretário de imprensa do Sindicato.
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