Em 2006, o Banco de Brasília (BRB) registrou um lucro líquido de R$ 89,3 milhões. Esse valor representa um crescimento de 275,2% em relação ao ano anterior. Com isso, a rentabilidade patrimonial foi de 29,4% - equivalente a média dos demais bancos públicos. No entanto, ao contrário destes que aumentaram suas receitas, o lucro do BRB decorre sobretudo da redução das despesas de provisões para operações de créditos, que caíram 52,8%. Em 2006, o Banco de Brasília (BRB) registrou um lucro líquido de R$ 89,3 milhões. Esse valor representa um crescimento de 275,2% em relação ao ano anterior. Com isso, a rentabilidade patrimonial foi de 29,4% - equivalente a média dos demais bancos públicos. No entanto, ao contrário destes que aumentaram suas receitas, o lucro do BRB decorre sobretudo da redução das despesas de provisões para operações de créditos, que caíram 52,8%.
As receitas da intermediação financeira aumentaram 1,1%. Entre elas, destacam-se as receitas com operações de crédito - principal receita do banco - com crescimento de apenas 4,7% no ano. O resultado com aplicações em títulos públicos foi impactado negativamente pela trajetória de queda da taxa selic iniciada em setembro de 2005 e, por isso, reduziu 2,4%. Com isso, pela primeira vez, a segunda maior fonte de lucro do banco foram as receitas de prestação de serviços, com crescimento de 19,8% no mesmo período. Por fim, destaca-se o lucro de R$ 70,2 milhões da BRB - Crédito, Financiamento e Investimento (BRB-CFI).
Quanto ao comportamento das despesas financeiras, o balanço registra uma redução de 14,6%. Esse resultado foi favorecido pela queda de 52,8% das despesas de provisão para crédito de liquidação duvidosa, caindo de R$ 62,1 milhões para R$ 29,3 milhões.
O mencionado crescimento de 19,8% das receitas de prestação de serviços (tarifas bancárias) ampliou o grau de cobertura sobre as despesas de pessoal, passando de 68,4% em 2005, para 70,1% ao final de 2006. Por sua vez, as despesas de pessoal registraram um crescimento de 15,5%.
Com relação à qualidade do crédito da instituição, o balanço de 2006 revela uma menor exposição ao risco, com um leve aumento da participação das operações de crédito classificada nos níveis AA, A e B - considerado de risco nulo ou baixo - que subiu de 60,2% para 62,3%. Por outro lado, a participação das operações de maior risco caiu de 9,4% para 6,8% no mesmo período. No entanto, o banco continua classificando uma parcela expressiva dos empréstimos na rubrica outros. Trata-se de 21,6% do crédito da instituição não identificado com clareza no balanço patrimonial. Aliás, nada é mencionado nas notas explicativas das demonstrações contábeis em relação a este ponto.
O BRB continua destinando uma parcela expressiva de seus recursos para as outras despesas administrativas (ODA). Em média, essas despesas representam 15,4% do total das despesas dos bancos públicos. No BRB, essas despesas ainda têm uma participação muito alta (36,0%), explica o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio.
O montante de recursos do banco destinado àquelas despesas (ODA), no valor de R$ 255,8 milhões, ultrapassa inclusive as próprias despesas da intermediação financeira (R$ 212,3 milhões). Essa opção de gestão é recorrente no BRB desde o ano 2000. Tendo em vista que a Intermediação Financeira constitui-se na atividade bancária por excelência, causa estranheza que as despesas relativas a essa atividade não tenha ocupado o espaço prioritário dentro do orçamento do Banco de Brasília nos respectivos exercícios, ao contrário do que se observa no setor bancário (veja tabela ao lado).
Por fim, o valor anual destinado à Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) registrou um aumento de 35,3% em 2006. No entanto, esse valor refere-se apenas ao pagamento da PLR do 1º semestre. Excepcionalmente, o BRB efetuou no 2º semestre um ajuste na conta de lucros e prejuízos acumulados e, assim, reduziu a base de cálculo para apuração dos dividendos e PLR.
Bancos públicos selecionados |
Banco do Brasil | 60,4% |
Caixa Econômica Federal | 52,7% |
Banrisul | 47,2% |
Banestes | 58,9% |
Banese¹ | 43,3% |
BRB | 29,9% |
Fonte: DRE dos Bancos.
Elaboração: subseção do Dieese/Seeb-DF
(1) referente ao 1º semestre de 2006