Estamos em greve porque os banqueiros, reunidos na Fenaban (e aí se inclui o BRB, filiado a ela) não apresentaram uma proposta decente que contemple minimamente a reivindicação da categoria, apesar dos lucros cada vez mais recordes (inclusive no BRB), frutos principalmente do esforço dos bancários, que são submetidos a metas abusivas e a jornadas estressantes.
Aliás, sobre abuso, Ricardo Vieira, presidente do BRB, parece entender bem. Tem se tornado “expert”. Basta observar sua postura agora na campanha salarial dos bancários. Atropela o código de ética do BRB e pratica ostensivamente o assédio moral, seja por meio de uma carta inoportuna, enviada aos funcionários no dia da decretação da greve, seja pela pressão para que os comissionados do banco comparecessem à assembléia que decidiu pela paralisação. Fez com que passassem por situação ridícula ao “orientá-los” para votarem a favor de uma proposta insuficiente de PLR apresentada pela direção do banco — que fora rejeitada pelos funcionários em duas ocasiões anteriores — sem “informá-los” de que aquela assembléia não trataria deste tema. A melhoria da PLR agora está agregada à pauta de reivindicações dos funcionários do BRB, que não sairão desta campanha salarial sem uma proposta que apresente avanços diante do que foi apresentado.
Diante de postura tão equivocada e desrespeitosa de Ricardo Vieira e também de sua diretoria, cabe ao conjunto de comissionados do BRB, em especial aos gerentes gerais das agências, a quem o novo PCS foi particularmente positivo, ter uma postura de contribuição para com o movimento. Primeiramente, não criando situações de constrangimento, nem de assédio aos subordinados que querem aderir à greve. Em segundo lugar, tendo uma postura de altivez perante atitude tacanha e infeliz de Ricardo Vieira, fazendo-o saber que não é desta maneira que o BRB conquistará seu lugar entre as grandes empresas deste país.
Ricardo Vieira propala sempre que pode seu compromisso com a governança corporativa, mas parece que usa a expressão em seus discursos sem saber o que ela realmente representa. Agir ignorando desejos e necessidades dos funcionários é agredir de forma indelével a governança. Ferir o código de ética do BRB, forçando trabalhadores dignos, a quem se deve respeitar e tratar como parceiros, a fazerem o papel deprimente como o da última quarta 23, é desconhecer profundamente conceitos básicos de administração, e, por conseguinte, de governança corporativa. Os funcionários do BRB devem ser tratados com respeito e dignidade, e isto implica dar um tratamento sério à pauta de reivindicações. Estas existem porque os funcionários do BRB não vivem no paraíso imaginado por Ricardo Vieira.
Apesar desta postura de Ricardo Vieira, o Sindicato reitera sua disposição negocial, pois entende que um bom acordo coletivo é condição real para um BRB melhor.
Chamamos todos os funcionários do BRB a comparecerem à marcha nesta segunda-feira, às 15h, partindo do SBS em direção ao Ministério da Fazenda. Após a marcha haverá assembléia geral para discutir os desdobramentos de nossa campanha salarial e de nossa greve, que deve se manter forte como instrumento de pressão para forçar proposta que atenda às nossas reivindicações.
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