

“Os EUA não podem ficar calado enquanto a democracia de um de nossos principais aliados está ameaçada”
O senador norte-americano e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos Bernie Sanderscondenou na segunda-feira, dia 8 de agosto, os “esforços para retirar a presidenta Dilma Rousseff de seu cargo”. O político, que desenvolveu toda sua carreira como independente, mostrou-se “profundamente preocupado” com a situação atual e com a iniciativa para, segundo suas palavras, retirar “uma presidenta eleita democraticamente”.
Sanders se une assim a um grupo de congressistas e várias organizações de trabalhadores que, no mês de julho passado, demonstraram sua preocupação, em termos semelhantes, pelo processo aberto contra a presidenta brasileira. O Departamento de Estado, no entanto, sustenta que não se pronunciará sobre a situação que a democracia brasileira atravessa.
Ex-rival de Hillary Clinton nas primárias democratas, incluiu a situação política do Brasil entre as causas que continua defendendo ultimamente, de volta a seu cargo no Senado, depois de ser derrotado pela candidata democrata.Sanders surpreendeu os Estados Unidos com uma campanha humilde, com poucos recursos e impulsionada principalmente por doações de cidadãos e que foi capaz de obrigar Clinton a incorporar propostas muito mais progressistas do que se imaginava.
O Departamento de Estado, no entanto, sustenta que não se pronunciará sobre a situação que atravessa a democracia no Brasil
“Para muitos brasileiros, assim como para muitos observadores, o controverso processo de impeachment parece mais um golpe de Estado”, afirma Sanders. O senador garante que o governo interino “suspendeu a primeira mulher presidenta do Brasil alegando causas duvidosas e carece de um mandato para governar” e que o processo não constitui um “julgamento legal, mas político”.
O comunicado de Sanders faz eco a algumas das causas defendidas em sua campanha nos Estados Unidos, acusando o governo interino do Brasil de “abolir” o ministério para as mulheres, a igualdade racial e os direitos humanos. “Substituíram imediatamente uma administração diversa por um gabinete formado totalmente por homens brancos”, afirma. “O novo governo não eleito anunciou rapidamente planos para impor austeridade, incrementar as privatizações e instaurar uma agenda política de direita.”
Fonte: El País
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