Após a realização, no primeiro semestre, de mesas temáticas sobre ascensão profissional com o movimento sindical, o Banco do Brasil anunciou a edição de novas instruções normativas que instituem processos seletivos para o preenchimento das vagas em funções nas unidades estratégicas, de apoio e táticas. Antes do anúncio, as vagas dessas unidades eram preenchidas na canetada, sem nenhum critério, favorecendo o clientelismo.

Na mesa temática, os sindicatos, incluindo o de Brasília, reivindicaram seleções com critérios claros e objetivos, que já acontecem em algumas dependências da empresa (Diretoria de Tecnologia, Auditoria e Diretoria Jurídica). Apesar da reivindicação do movimento sindical, a decisão anunciada pelo BB foi implementada unilateralmente pela empresa, sem negociação com os sindicatos.

A partir de agora, os recrutamentos para o preenchimento de vagas serão entre os 20 primeiros colocados inscritos pelo sistema TAO (Programa de Talento e Oportunidade), como ocorre nas unidades de negócios. Ainda haverá a possibilidade de exceções, aprovadas via decisão colegiada.

"Não existia nenhum critério para os comissionamentos nas unidades de apoio, táticas e estratégicas. Dessa forma, o anuncio representa um avanço. Agora, precisamos acabar com as excepcionalidades que continuam previstas e inserir elementos objetivos nas seleções, diminuindo a subjetividade existente nas escolhas baseadas entre os 20 primeiros colocados do TAO", afirmou Rafael Zanon, diretor do Sindicato e representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

"Vamos também abrir um amplo debate entre os bancários sobre o sistema TAO e sua continuidade", reforçou o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Wadson Boaventura, também bancário do BB.

“Reconhecemos a importância desse primeiro passo para definição de critérios para nomeação nas unidades estratégicas, de apoio e táticas. No entanto,  a categoria irá lutar por mais objetividade, clareza e transparência nos processos de seleção e nomeação, prioridades da pauta específica dos bancários do BB em várias campanhas salariais. A definição de alçada para ratificar a exceção entre os 20 primeiros colocados no TAO dificulta as excepcionalidades; mas ainda há lacunas na definição de critérios para a nomeação entre os candidatos inscritos que são do prefixo da oportunidade e para a escolha entre os 20 que se classificaram no TAO", frisou a diretora do Sindicato Mônica Holanda, que também é bancária do BB.

Sindicato continuará na luta por processos seletivos claros e objetivos

Preocupado com o favorecimento das chamadas ‘panelinhas’, o Sindicato sempre defendeu os processos seletivos em todas as áreas do BB. Para os dirigentes sindicais, um banco controlado pelo governo federal tem que primar pelas boas práticas de gestão.

Aqueles que têm o poder de nomear são beneficiados por essa política de comissionamento sem critérios objetivos. São formadas ‘panelinhas’, que favorecem parentes, amigos, namoradas, amantes e esposas em detrimento de pessoas qualificadas que estão sendo assediadas e adoecendo com tal desmando.

O ‘puxa-saquismo’, o QI (quem indica), a postura de aceitação incondicional (sem pensamento crítico), graus de parentesco e amizade são requisitos utilizados pelos gestores para ocupação dos cargos. Essa prática traz prejuízos para a empresa, já que não existem critérios para seleção dos mais qualificados nas indicações.

“Sempre reivindicamos critérios claros, objetivos e transparentes de seleção. A melhoria desses critérios é o primeiro passo para uma boa prática de gestão", afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araujo, que também é bancário do BB.

Da Redação