Banco do Brasil

20 de Maio de 2013 às 15:11

BB: uma diretoria com muita propaganda sobre equidade de gênero e pouca prática

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Por Eduardo Araújo

Companheir@s,

Há alguns dias recebemos uma manifestação subscrita por funcionárias de diversas dependências do Banco do Brasil indignadas com mais uma das mensagens propagandistas da direção do banco, que precisa de autoelogios para mascarar a sua incompetência e suas contradições nas relações com o funcionalismo.

No planejamento do banco não existe nenhuma menção ou construção de uma política de pessoal. A última investida da área de gestão de pessoas deu em “água”, um investimento direto de milhões de reais, e indireto imensurável, pois não foram contabilizados os custos do retrabalho, das inconsistências, da insegurança e dos atrasos.

Abaixo compartilhamos com vocês a brilhante intervenção das companheiras. Façam seu juízo de valor com a empatia necessária para discutir igualdade de oportunidades.


*Eduardo Araújo é diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília


Há Equidade de Gênero no BB?? “Falácia”

Colega,

Há algum tempo pensávamos em escrever sobre este assunto, mas não tínhamos estímulo suficiente acreditando que nada iria mudar. Contudo, depois que a direção do Banco do Brasil anunciou ter recebido o selo do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Governo Federal pela terceira vez, percebemos que este era o momento, ou não seria mais!

Essa matéria foi publicada internamente no banco e gerou muitos comentários entre as colegas, assim percebemos que muitas outras mulheres no BB pensam e sentem-se como nós, isto é, que a equidade de gênero é só de aparência, só no papel de embrulho bonito para presente, pois na prática, no cotidiano da empresa, ela não existe.

Na sede do banco basta contar quantas Diretoras temos. Duas entre 2003 e 2008!? Ficaram quanto tempo no cargo e para onde foram? Alguma outra foi nomeada? E vice-presidenta? Nenhuma na história de mais de 200 anos do Banco do Brasil! E executivas? Pouquíssimas!!! Qual o perfil? Majoritariamente solteiras, sem filhos e com menos de 40 anos de idade.

Muitas mulheres que são esposas ou namoradas de homens que possuem cargos elevados no BB têm suas promoções questionadas pelo público masculino do banco, que as acusam de manterem esses relacionamentos para se promover.

Nos cargos de gerência média há um percentual muito pequeno de mulheres, apesar de informarem existir programas e sistemas de seleção muito bonitos no papel (aquele de embrulho para presente, lembra?). Na maioria das vezes não conseguimos nem mesmo concorrer, quanto mais ser aprovadas! Seja porque sempre existe alguém previamente designado para a vaga e a seleção, que é altamente subjetiva, feita somente para validar uma escolha previa, seja porque a nomeação é feita de forma direta, sem seleção, prática esta que, infelizmente, a cada dia se estende atingindo até cargos mais baixos.  

Na rede de agências, temos conhecimento da discriminação de muitos gerentes para com as funcionárias gestantes! Isso também acontece em outras dependências do banco. Gerar uma vida deveria ser motivo de alegria, de entusiasmo e não de punição ou perseguição! Afinal, os gestores do banco saíram da barriga de alguém, ou não?...

Nós, mulheres, que muitas vezes temos nível superior, pós-graduação, certificações diversas, falamos línguas estrangeiras, fizemos inúmeros cursos em diversas áreas correlatas às nossas de formação e até em outras áreas diferentes, que em muito ampliam e complementam nossa formação original, de forma que nossa bagagem de conhecimento seja até bem maior do que a de muitos colegas que são alçados aos cargos gerenciais – nós, nem mesmo assim, conseguimos ser reconhecidas apenas porque nascemos mulheres!...

Lemos artigos diariamente que nos informam da importância da mulher em altos escalões de empresas, porque seu comprometimento, determinismo e dedicação aliados a sua sensibilidade podem fazer a diferença.

Causa-nos espanto que o país mais forte da Comunidade Europeia, e de certa forma a própria Comunidade Europeia, seja comandado por uma primeira ministra, Ângela Merkel, uma mulher, e não um homem. Será que lá na Alemanha alguém olhou para ela e disse: não, ela é uma mulher, nós queremos um homem no poder!?

Aqui no Brasil, tivemos a eleição da nossa primeira presidenta, Dilma, mas sabemos que isso também se deu porque, em algum momento anterior, essa mulher foi alçada à condição de ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil por um homem que não a tratou com discriminação (Lula). Isso permitiu que tudo o mais acontecesse na vida dela. Após sua eleição como presidenta, pensávamos que isso mudaria! E pode ser até que em alguns lugares tenha mudado mesmo. MAS NÃO NO BANCO DO BRASIL!

Sra. Presidenta Dilma, será que ainda teremos chance??

Gostaríamos de lhe falar pessoalmente, ou mandar uma mensagem pelo portal da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) a respeito da condição da mulher no Banco do Brasil. No entanto, isso não foi possível porque teríamos que nos identificar totalmente (com nome, dados da empresa etc.) e estas informações nos colocariam em grande risco, pois além de já sofrermos discriminação, uma perseguição a todas nós seria imediata.

Amamos essa empresa, estamos nela há algum tempo, fazemos trabalhos importantes, que deram e continuam dando bons resultados para o banco, e como muitas de nossas colegas, esperamos por oportunidades reais para mostrar nossa competência!!!

Pedimos, Sra. Dilma, que não se deixe enganar pelo lindo papel de embrulho do presente que estão – e sempre estarão – a lhe mostrar. Peça levantamentos sérios de mulheres em cargos de gerência no BB ao longo dos últimos anos e verá que nada mudou... No BB, as mulheres não têm chance nos cargos de gerência ou direção.

Nós não temos a quem recorrer, a não ser à senhora, Excelência. Olhe por nós.

Assinado por Mulheres Discriminadas no BB


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