A nomeação por indicação ainda é prática corrente na Diretoria de Tecnologia (Ditec) e em outros departamentos do Banco do Brasil. Apesar dos recentes avanços em relação aos processos seletivos na Ditec, todos os cargos comissionados da gerência GOV-TI são por livre provimento, 20% dos cargos técnicos das outras gerências também não possuem processo seletivo e 100% dos cargos gerenciais de todas as gerências estão sendo ocupados sem processo seletivo. Esse modelo de provimento dos cargos sem processo seletivo facilita o apadrinhamento.

O Sindicato dos Bancários de Brasília reivindica que todas as vagas para cargos comissionados, inclusive as gerenciais, sejam preenchidas por processo seletivo.

"A falta de processo seletivo para os cargos gerenciais vem ajudando a aumentar a prática de assédio moral, já que alguns funcionários despreparados estão assumindo as funções de gestão de pessoas. Tem funcionário sem serviço, vagando na Ditec, e sofrendo ameaça psicológica. O adoecimento está crescendo assustadoramente", afirma Cinthia Damasceno, diretora do Sindicato que trabalha na Ditec.

Dipes

Foi anunciada uma reestruturação na Diretoria Gestão de Pessoas (Dipes), com criação de novas gerências, absorção de equipes que estavam na Diretoria de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref) e consequente criação de novos cargos comissionados.

O Sindicato considera positivo o fato de a diretoria garantir que nenhum funcionário sofrerá perda remuneratória no processo. O problema é que não ficou claro se os cargos criados seriam preenchidos com processo seletivo.

“Reivindicamos que todos os cargos comissionados dessa diretoria sejam preenchidos por meio de processos seletivos com critérios claros, isonômicos e transparentes, evitando assim injustiças, apadrinhamento, perseguições aos grevistas e aos funcionários com comportamento crítico”, afirma o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, que também é diretor da CUT-DF.

"Entendemos que a Dipes tem que dar o exemplo, uma vez que ela é a gestora principal dos processos seletivos, sabendo, portanto a importância de tais mecanismos. Somos contrários às nomeações por indicação e, se essa for a escolha da diretoria gestão de pessoas, será um péssimo exemplo para o restante da empresa", ressalta o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB.

Dinop

O Sindicato avalia que a Diretoria de Apoio aos Negócios Operacionais (Dinop) está passando por seu pior momento nos últimos anos em relação à realização de processos seletivos, na medida em que os cargos estão sendo ocupados apenas por indicação.

Aqueles que têm o poder de nomear são beneficiados por essa política de comissionamento sem critérios objetivos. São formadas ‘panelinhas’, favorecendo parentes, amigos, namoradas, amantes e esposas em detrimento de pessoas qualificadas que estão sendo assediadas e adoecendo com tal desmando.

O ‘puxa-saquismo’, o QI (quem indica), a postura de aceitação incondicional (sem pensamento crítico), graus de parentesco e amizade são requisitos utilizados pelos gestores para ocupação dos cargos. Essa prática traz prejuízos para a empresa, já que não existem critérios para seleção dos mais qualificados nas indicações.

"Reivindicamos a realização de processos seletivos  para todos os cargos dessa diretoria, inclusive gerenciais, para que tais práticas de apadrinhamento que são recorrentes hoje acabem. Um banco controlado pelo governo federal tem que primar pelas boas práticas de gestão. A Dinop está se transformando em um feudo, onde o poder está concentrado em quem nomeia. Tal prática é condenável e tende a prejudicar a qualidade dos serviços e das condições de trabalho do local”, ressalta o secretário de Comunicação e Divulgação do Sindicato, Jeferson Meira, que também é bancário do BB.

Confira os ofícios encaminhados pelo Sindicato cobrando a realização de processos seletivos para cargos comissionados.