
A alta rotatividade e o consequente rebaixamento dos salários, a diminuição das contratações e o descumprimento da jornada legal de 6 horas foram destaques durante as discussões do Sindiato com os funcionários do Banco do Brasil que trabalham no Banco Central, em reunião nesta quinta-feira (9).
Os dados da14ª edição da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada trimestralmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam o tamanho do problema da rotatividade e do achatamento da remuneração.
A pesquisa mostra que, entre janeiro e junho de 2012, os bancos contrataram 23.336 empregados e desligaram 20.986. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.708,70 e a dos desligados, de R$ 4.193,22, o que representa uma diferença de 35,40%. Nos demais ramos de emprego do país, a diferença entre a média salarial dos contratados é 7% inferior à média salarial dos demitidos.
“Na Campanha Nacional 2012, ao contrário do que os bancos afirmaram na primeira rodada de negociações, estamos preocupados sim com o emprego e a rotatividade, porque essas questões influenciam diretamente na remuneração”, afirma Eduardo Araújo, diretor do Sindicato.
Eduardo destaca ainda que a rotatividade nos bancos privados gera consequências também para os funcionários de bancos públicos. “Quando os bancários antigos das instituições privadas são demitidos e novos são contratados com um salário bem menor, há impacto na média de salário dos cargos, que é uma referência na hora de a empresa precificar as funções no plano de comissões”, ressalta.
Negociações
Os banqueiros não demonstraram interesse em debater as reivindicações dos trabalhadores durante a primeira rodada de negociação da Campanha 2012, realizada na terça-feira (7), em São Paulo. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rejeitou todas as reivindicações dos bancários.
As discussões foram nos itens sobre emprego, como a contratação de mais funcionários, respeito à jornada de 6 horas, fim da rotatividade e da terceirização, e inclusão bancária sem correspondentes bancários.
“Na mesa da Fenaban, pautamos o cumprimento da jornada legal, mas os bancos têm ignorado nossa reivindicação, inclusive sem considerar as reiteradas decisões judiciais favoráveis aos trabalhadores. Diante dessa situação, devemos estar unidos e preparados com uma mobilização forte”, completa Eduardo.
Thaís Rohrer
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