
Diante da recusa dos bancos em atender as justas reivindicações dos bancários, tanto na mesa geral da Fenaban quanto nas negociações específicas, vem crescendo a cada dia a mobilização da categoria. Nesta segunda 19, um ato organizado pelo Sindicato na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul, demonstrou a indignação dos bancários do Banco do Brasil com a direção da empresa que, além de não apresentar contrapostas ao funcionalismo, ainda ameaçou retirar direitos na última rodada de negociações.

“A resposta dos trabalhadores deve ser na mesma proporção da intransigência dos patrões. Nós não podemos nos dividir neste momento que o BB não quer renovar conquistas dos bancários, como a cláusula de proteção da comissão”, frisa Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e diretor do Sindicato.

Os representantes do banco também afirmaram nas negociações que não querem discutir a jornada de 6 horas durante a Campanha. “O BB não quer discutir a jornada neste momento porque sabe que é um momento de mobilização e união da categoria, mas nós não vamos abrir mão disso. Só a mobilização vai arrancar novas conquistas”, afirma Rafael Zanon, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do BB.
Enrolação
Os diretores do Sindicato também criticaram a demora da Fenaban, o sindicato dos bancos, em apresentar uma proposta que contemple as reivindicações dos bancários. “Apesar de várias negociações, ainda não há nenhuma proposta. O silêncio dos bancos é uma tentativa de pressionar os trabalhadores para a desmobilização. Mas nós seguimos no caminho contrário e vamos unindo os bancários”, destacou o secretário-geral do Sindicato, André Nepomuceno, ao lembrar que as pautas geral e específica foram entregues à Fenaban e ao BB em agosto.
Saúde bancária
O adoecimento bancário provocado pelo excesso de trabalho e pelo assédio moral estão entre as principais causas dos afastamentos dos trabalhadores do ramo financeiro. “A maioria dos casos que o Sindicato recebe é de bancário com problema psíquico com causa desencadeada no local de trabalho. Os bancários devem ter mais cuidado com a saúde e denunciar os casos de assédio”, alerta a secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Fabiana Uehara.

Durante os protestos, os bancários foram orientados a responderem pesquisa do Sindicato sobre clima organizacional nos locais de trabalho. Em 62 questões às quais podem ser atribuídas notas que vão de 1 a 5, os bancários farão avaliações sobre saúde e condições de trabalho, assédio moral, qualificação profissional e relacionamento com colegas, entre outros pontos.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
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