Em reunião nesta segunda-feira (9) na sede da entidade, o Sindicato recebeu funcionários das Plataformas de Suporte Operacional (PSOs) do Banco do Brasil. Todos os bancários do BB presentes à reunião, em sua maioria caixas submetidos ao sistema das PSOs, consideram péssima a atual situação e pedem o fim desse modelo. A posição contrária dos trabalhadores também havia sido tomada durante o Congresso Distrital dos Bancários do BB e reafirmada durante o Congresso Nacional dos Funcionários do banco, realizado em São Paulo, que definiu o fim das plataformas como reivindicação específica para a Campanha Nacional 2010.
Na reunião, os bancários relataram que a estrutura organizacional nas PSOs estaria trazendo problemas como prática de assédio moral, transferências frequentes de local de trabalho, estresse, adoecimento, entre outros. Por isso, o movimento sindical marcará reunião com a diretoria do BB para cobrar resolução das dificuldades.
“As Plataformas de Suporte Operacional se tornaram um verdadeiro inferno para o bancário do BB. Como poucos querem trabalhar lá, as condições só pioram para os que ficam, num ciclo vicioso. Prova disso é que o número de bancários licenciados por motivos de saúde é alto e vários companheiros querem sair de lá para outras diretorias ou pedir demissão”, sustenta Rafael Zanon, diretor do Sindicato e funcionário do BB.
PABs
A situação é ainda pior nos chamados Postos de Atendimento Bancário, os PABs, onde um bancário com cargo de caixa realiza sozinho um trabalho que deveria ser acompanhado por um gerente. “É uma situação que nos submete a uma sobrecarga e a um perigo constantes. Muitas vezes, temos de sair de nosso local de trabalho, durante a jornada, para atender uma demanda em outro próximo, e nem sempre esse deslocamento é custeado. As transferências de local de trabalho também são frequentes e arbitrárias, acompanhadas às vezes de assédio”, relata uma bancária.
“As agências onde existem as PSOs se tornaram verdadeiros guetos para os caixas, que se sentem, com razão, prejudicados em relação aos outros. Acompanhamos a implementação desse modelo com reservas desde o início, mas agora as previsões de falhas se tornaram reais”, afirma Jeferson Meira, diretor do Sindicato e bancário do BB.
A PSO Brasília foi implantada em meados do ano passado, com o intuito de reduzir custos operacionais na operação dos caixas das agências. Com mudanças na direção do BB, entretanto, o projeto está estagnado ainda no início. Desde então, as unidades que operam sob esse modelo enfrentam dificuldades variadas, como atribuição desproporcional de responsabilidades e, principalmente, falta de funcionários, com sobrecarga para os restantes.
Situação para administração das agências também é ruim
Em contato com administradores de agências que contam com SOPs (PSOs), o Sindicato foi informado de vários problemas decorrentes do modelo, como falta de ingerência emergencial em momentos de lotação na bateria de caixa prejudicando o clima negocial da agência.