A Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil (Ditec) tem promovido uma perigosa inversão de papéis dentro da unidade ao mesmo tempo que aprofunda o processo de terceirização no setor. Em diversas gerências, trabalhadores terceirizados têm assumido funções de controle, quase de gestor, algo que deveria ser atribuição exclusiva dos bancários efetivos.
Os bancários denunciam que concursados, ao invés de liderarem e executarem tarefas, estão sendo rebaixados à condição de consultores dos terceirizados, oferecendo suporte e orientação para problemas que poderiam ser – e são – resolvidos diretamente por eles.
A Ditec justifica a prática alegando que a medida visa garantir a entrega do serviço. No entanto, os bancários refutam, argumentando que o trabalho sempre foi executado com qualidade antes da terceirização em massa. O que se vê, na verdade, é uma estratégia de precarização do trabalho bancário, em que se abre mão de profissionais concursados para favorecer a contratação de terceirizados.
Para piorar, a Ditec tem priorizado a contratação de terceirizados, mesmo restando para serem chamados cerca de 1.000 candidatos aprovados em cadastro de reserva no último concurso para a área. O fato é ainda mais grave considerando que, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha liberado a terceirização da atividade-fim, também há entendimento da Corte de que, na convocação de novos trabalhadores, deve-se dar prioridade aos aprovados em concurso, e não aos terceirizados.
A Súmula 1456 do STF reforça esse entendimento, estabelecendo que a administração pública deve priorizar a nomeação de candidatos aprovados em concurso público antes de recorrer à terceirização para preenchimento de vagas permanentes.
A contratação maciça de terceirizados não apenas afronta essa decisão do STF, mas também representa um aumento de custos para o Banco do Brasil, uma vez que a intermediação por empresas terceirizadas encarece a mão de obra.
A terceirização irrestrita na Ditec é uma afronta aos direitos dos bancários e à qualidade dos serviços prestados pelo Banco do Brasil. A entidade, que historicamente se destacou pela excelência de seus profissionais concursados, caminha para uma fragilização estrutural ao substituir seus quadros qualificados por contratos precarizados.
O Sindicato vai continuar denunciando essa prática e exigindo do Banco do Brasil a contratação dos aprovados no concurso. Além disso, seguirá mobilizado para pressionar a gestão da Ditec e exigir respeito aos bancários e às decisões judiciais.
Da Redação
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