Manifesto
Queremos um novo banco, que colabore definitivamente com o desenvolvimento e o crescimento econômico do país, a geração de emprego e renda, a redução de desigualdades regionais e sociais.
Para uma empresa controlada pela União, durante o primeiro mandato do presidente Lula o Banco do Brasil realizou muito menos de políticas públicas do que poderia ter feito. Esteve mais para um bom banco de mercado que para um banco público.
Manteve-se como o maior banco do país, aumentou sua base de clientes, lucrou e gerou dividen-dos para seu controlador, mas pouco se diferenciou dos bancos privados. Fez pouco no apoio a polí-ticas de interesse da maioria da população, no aumento do crédito disponível e no apoio a ações de inclusão social.
O funcionalismo sempre defendeu o banco como uma empresa eficiente e lucrativa. Que não per-desse o foco em resultados, mas com uma atuação voltada para atividades que gerassem cresci-mento, emprego e renda. E se frustrou nestes quatro anos.
Mesmo políticas inovadoras como o Desenvolvimento Regional Sustentado, com forte caráter de inclusão social, foram tratadas pela direção do banco como uma atividade lateral, de segunda im-portância.
O financiamento à agricultura familiar cresceu muito menos do que poderia e deveria, porque os atuais dirigentes do BB não tiveram a iniciativa de aumentar as operações de Pronaf. Somente o fizeram depois de dura cobrança do Governo Federal.
A tentativa de disseminar o microcrédito e oferecer serviços bancários para a população de baixa renda, via Banco Popular, foi um fiasco. Partindo de uma visão equivocada, tratou o microcrédito como uma custosa alternativa para aumentar a base de clientes, e não como uma política de inclu-são social. Não soube aproveitar uma experiência de sucesso disseminada pelo mundo.
O volume de operações de crédito do BB cresceu bem menos do que nos bancos privados. E o banco deveria ter sido o primeiro a se alinhar ao esforço de crescimento pautado pelo governo, ofe-recendo crédito à atividade produtiva.
O BB ingressou tardiamente no crédito consignado, responsável pela redução das taxas de juros, pelo aumento do consumo e pela alavancagem da economia. Apesar de esta ter sido uma política prioritária de governo.
O banco contribuiu muito pouco para ajudar a controlar juros e reduzir o spread bancário.
Além de não incentivar o cooperativismo nestes quatro anos, o banco exterminou a área respon-sável pela relação com as cooperativas. Ironicamente, fez acordo recente com o Banco Cooperativo, de olho em sua base de clientes para a venda de produtos e serviços bancários. Uma completa in-versão de papéis.
Enfim, a grande capacidade do banco e de seu funcionalismo de inovar e de viabilizar alternativas na intermediação financeira e no incentivo ao crescimento econômico foi muito pouco utilizada. Por falta de iniciativa de seus dirigentes e por conta de sua visão conservadora. É preciso fazer o que não foi feito.
A importância do BB reside na sua capacidade de transformar, de executar políticas de governo, de fomentar o desenvolvimento. Isto somente será possível se ele for conduzido por pessoas com-prometidas com o projeto de governo escolhido pela maioria da população. Manter os mesmos que pouco fizeram nestes quatro anos não ajudará a transformar o país.
O banco não pode continuar agindo como se não fosse um banco público. É necessário inovar. A sociedade brasileira precisa. O funcionalismo quer.
Assinam o manifesto a Contraf-CUT, federações e sindicatos de bancários
(veja quem subscreve na página da Confederação: www.contrafcut.org.br)
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