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24 de Fevereiro de 2017 às 18:48

Banco Central reduz taxa Selic para 12,25%, mas juro real segue elevado

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, por unanimidade em sua última reunião, reduzir a taxa Selic para 12,25% ao ano. Para tomar tal decisão, os membros do comitê levaram em consideração o atual comportamento dos índices inflacionários, como também um conjunto de indicadores da atividade econômica, sob o ponto de vista do ambiente interno e externo.

Os técnicos do Banco Central destacaram o fato de que a taxa nominal é a menor desde dezembro de 2014, porém, é fundamental salientar também que o juro real (descontada a inflação) segue bastante elevado. Para se ter uma idéia, a partir dessa decisão de se estabelecer a taxa em 12,25%, a situação dos juros, em termos reais, indica estar em patamares superiores a 7%, considerando-se o IPCA previsto para o ano de 2017 segundo o último relatório Focus do Banco Central.

Além disso, o próprio Banco Central divulgou uma informação que afeta a vida financeira de pessoas físicas e jurídicas, tendo em vista que os bancos continuaram a subir as taxas de juros ao consumidor no começo de 2017. O movimento acontece apesar da série de cortes promovidos pelo BC na Selic, a taxa de juros básica da economia.

Em janeiro, a taxa cobrada nas operações com cartão de crédito rotativo, a mais cara do mercado, voltou a subir e atingiu 486,8% ao ano, novo recorde histórico. Em dezembro do ano passado, os juros dessa modalidade de crédito estavam em 484,6% ao ano. No caso do cheque especial, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas, apesar de ter registrado pequena queda, passou de 328,6% ao ano, em dezembro do ano passado, para 328,3% ao ano em janeiro deste ano.

Considerando-se a série histórica do BC que começa em julho de 1994, tal taxa segue em patamar próximo ao recorde histórico de 330% ao ano, registrada em novembro de 2016. Esse mesmo comportamento de elevação se deu também em outras modalidades de créditos, com destaque para a taxa média de 41,9% ao ano nas contratações com pessoas físicas, nas quais foram observadas elevações de 0,3 pontos percentuais no mês e de 2,5 p.p. em doze meses.

Diante de todas essas informações no âmbito do mercado financeiro, é de extrema importância salientar que, apesar da queda, tal tendência de juros altos tem um efeito colateral perverso, pois prejudica a economia do país e gera desemprego, ao frear, principalmente, a produção e o consumo.

Max Leno de Almeida, economista do Dieese
Colaboração para o Seeb Brasília

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